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Mais de mil detidos começam a ser julgados depois de três dias de caos em Luanda

As autoridades começaram a julgar os autores das pilhagens e do vandalismo após três dias caóticos durante a greve dos taxistas, muitos dos quais menores de idade e que serão devolvidos às respectivas famílias.

: Lusa
Lusa  

No Tribunal de Luanda iniciaram-se na Quarta-feira cinco julgamentos, envolvendo 22 arguidos acusados do crime de participação em motim. No tribunal de Belas decorrem outros cinco processos sumários, com 15 pessoas acusadas da prática de roubo e vandalismo. Na jurisdição do Dande, são esperadas 61 pessoas.

Esta Quinta-feira prosseguem julgamentos em Luanda e em Belas, no Kilamba Kiaxi (onde estão a ser julgadas seis pessoas, incluindo um menor) e em Icolo e Bengo, onde nove pessoas respondem por furto em supermercados.

Entre os casos está também o de uma mulher acusada de instigação pública ao crime, e mais nove pessoas acusadas de roubo e vandalismo.

O Ministério do Interior anunciou igualmente que iniciou, na noite de Quarta-feira, a entrega às famílias de um primeiro grupo de 17 menores, de um total de 83 detidos "em consequência dos actos de arruaça, destruição, pilhagem, perturbação da ordem pública e vandalização de bens" na província de Luanda.

"O Ministério do Interior reafirma que a situação de segurança pública é estável e apela à população para que se abstenha de participar ou incentivar esse tipo de acções e colabore com as autoridades, denunciando quaisquer actividades suspeitas", salienta a instituição.

A Ordem dos Advogados de Angola apelou na Quarta-feira à mobilização dos seus membros para integrarem as equipas que estão a ser formadas com o objectivo de garantir o cumprimento das garantias legais nos julgamentos, face ao "elevado número de cidadãos detidos nos últimos dias".

No âmbito da paralisação de três dias decretada pelos taxistas, em protesto contra o aumento do preço dos combustíveis, registaram-se episódios de violência, tumultos, e saques em armazéns e estabelecimentos comerciais, bem como a destruição de bens públicos e privados.

O balanço mais recente das autoridades aponta para 22 mortos, 197 feridos e 1214 detenções. Ainda não foi feita a contabilização oficial dos prejuízos materiais causados pelos actos de vandalismo e pilhagem.

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