Em entrevista publicada, esta Sexta-feira, no semanário português Expresso, a filha de José Eduardo dos Santos defendeu-se das acusações de está a ser alvo. "Quando o nosso pai é alguém poderoso, somos um alvo fácil. É fácil dizer que conseguimos isto ou aquilo por influência, mas não é verdade. Não recebi quaisquer subsídios ou apoios governamentais, nem acesso, nem empréstimos que não foram pagos. É tudo baseado em documentos falsificados", afirmou.
A empresária também deixou garantias de que não está a fugir às autoridades, afirmando que estas até sabem onde mora: "Não me estou a esconder nem a fugir. Tanto as autoridades angolanas como as portuguesas sabem o meu endereço".
Relativamente a Angola, Isabel dos Santos disse achar que se voltasse ao seu país "seria presa".
"Se voltasse a Angola, acho que seria presa. Acho que Angola não é um lugar seguro para mim", disse.
Entre outros aspectos, na entrevista publicada pelo Expresso, a empresária também falou sobre o seu pai, descrevendo-o como um homem simples.
"Não ligava a casas ou a luxos. Não acreditava nisso. Não era o estilo dele. Não tinha jactos e casarões. Andava de ténis, vestia polos e o mesmo fato de treino da Adidas três dias por semana", revelou, acrescentando: "Até 2004 viveu numa casa pequena de três quartos. Foi praticamente levado à força para o palácio presidencial. E mesmo aí não gostava dos quartos oficiais e da suíte presidencial. Não se sentia confortável. Preferia os quartos mais pequenos no andar superior".
A morte do seu marido, Sindika Dokolo, também foi alvo de conversa. A filha do ex-Presidente da República disse que a morte do marido é "um mistério".
"Acho que nunca saberei ao certo o que aconteceu e tenho de aceitar isso", completou.