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Corredor do Lobito estreia-se como rota comercial com acordo para transporte de minerais

A Trafigura e Kamoa-Kakula rubricaram, esta Quarta-feira, um acordo que visa o transporte de minerais, por um período mínimo de seis anos, através da LAR – Atlantic Lobito Corridor, empresa responsável pela gestão do Corredor do Lobito.

: Charlie Sperring
Charlie Sperring  

Com esta assinatura, que teve lugar durante a Mining Indaba, assinalam-se os "primeiros compromissos comerciais de longo prazo" com o referido corredor.

"Os termos deste acordo, cujas cláusulas são confidenciais, foram assinados durante a Mining Indaba, na Cidade do Cabo, África do Sul, e marcam os primeiros compromissos comerciais de longo prazo com o Corredor do Lobito, uma nova rota comercial de importação e exportação entre o Cinturão de Cobre Africano e a costa atlântica de Angola", refere um comunicado remetido ao VerAngola.

Após a assinatura do acordo, Jeremy Weir, presidente executivo e CEO da Trafigura, disse estarem satisfeitos por serem "um dos primeiros clientes" a celebrar um contrato de longo prazo com a LAR.

"Estamos satisfeitos por sermos um dos primeiros clientes a assinar um contrato de longo prazo com a LAR, para utilizarmos os serviços que disponibiliza no Corredor do Lobito. Esperamos agora que outros clientes se juntem à Ivanhoe Mines e à Trafigura nos próximos meses", afirmou, citado no comunicado.

O responsável disse ainda que o acordo assinado esta Quarta-feira "e os compromissos assumidos visam contribuir para que a LAR dinamize a capacidade de transporte do Corredor do Lobito e o transforme, de facto, na principal e mais relevante ligação ferroviária da África Subsaariana".

Por sua vez, o fundador e co-presidente executivo da Ivanhoe Mines, Robert Friedland, disse admirarem "o trabalho árduo do consórcio responsável pela gestão do Corredor do Lobito e o da Trafigura, que têm trabalhado intensamente com os seus parceiros na República Democrática do Congo e em Angola, para construírem uma nova cadeia de abastecimento que está a tornar-se rapidamente uma das rotas comerciais mais importantes para o transporte do cobre metálico, mineral que é vital para todo o mundo".

Considerou ainda que este corredor "vai desbloquear outros projectos de de cobre" por causa dos "custos logísticos mais baixos".

"Este importante corredor económico vai desbloquear outros projectos de cobre devido aos custos logísticos mais baixos. Uma cadeia logística com custos reduzidos aumenta a quantidade de cobre economicamente recuperável em todo o Copperbelt, uma vez que os teores de corte podem ser reduzidos. Isto tem um impacto significativo nas descobertas feitas na RDC, como a recente descoberta de cobre Kitoko de alta qualidade e de extremidade aberta em Western Foreland, onde estamos a intensificar as actividades de exploração este ano para encontrar mais metal de cobre ultra-verde. Recordo que Kitoko fica a apenas 30 quilómetros da linha ferroviária já existente", apontou.

De acordo com o comunicado prevê-se que o Corredor do Lobito alcance "uma capacidade de exportação anual de um milhão de toneladas por ano antes do final desta década".

"A alocação de capacidade de exportação da Trafigura através da LAR será de até 450.000 toneladas por ano a partir de 2025. Além disso, ao complexo de cobre Kamoa-Kakula, uma joint venture entre a Ivanhoe Mines e a Zijin Mining, foi atribuída uma capacidade mínima de 120.000 toneladas e até 240.000 toneladas por ano de produtos de cobre – blister-ânodo ou concentrado – a partir de 2025, com um compromisso inicial de 10.000 toneladas a serem transportadas em 2024, à medida que o Corredor do Lobito vá incrementando a sua operacionalidade", lê-se na nota.

Recorde-se que em 2022, o consórcio (composto pela Trafigura, Mota-Engil e Vecturis) obteve a concessão por três décadas para a operação, gestão e manutenção do Corredor do Lobito e do terminal mineraleiro do porto do Lobito.

"O projecto de reabilitação do Corredor do Lobito beneficia do apoio dos governos de Angola, RDC, Zâmbia e da Parceria para o Investimento Global em Infra-estruturas (PGII) do governo dos EUA", refere o comunicado, que acrescenta que "o projeto representa um investimento de mais de 500 milhões de dólares durante a vigência da concessão, com um financiamento potencial de pelo menos 250 milhões de dólares da Corporação Financeira de Desenvolvimento Internacional dos EUA", cujo investimento possibilitará renovar troços da linha férrea e infra-estruturas associadas, além de assegurar "a aquisição de mais 1500 vagões e 35 locomotivas".

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