"Sofremos uma queda substancial no volume de vendas" no mercado angolano, afirmou o presidente da Unicer, à margem da assinatura da parceria da Super Bock com o Rock in Rio - Lisboa, tornando a marca a cerveja oficial do evento musical, que decorre a 19, 20, 27, 28 e 29 de Maio.
Instado a precisar a quebra, Rui Lopes Ferreira adiantou que a "queda foi superior a 50 por cento". "Angola está a passar um período difícil, reduzimos as vendas, mas não abandonamos o mercado", garantiu o presidente da dona da Super Bock, salientando, no entanto, que as marcas da Unicer são "desejadas" pelos consumidores angolanos.
Rui Lopes Ferreira considerou que as autoridades angolanas estão a trabalhar no sentido de reposicionar o país no caminho do crescimento. "Somos investidores e actuamos a médio e longo prazo, não nos deixamos assustar por situações conjunturais", salientou. "Angola é um mercado estratégico, vamos continuar presentes", disse.
Relativamente ao resultado líquido, o gestor admitiu uma ligeira queda no ano passado (em 2014 o lucro foi de 33 milhões de euros). No ano passado, "tivemos a capacidade de compensar as perdas em Angola com outras geografias, incluindo Portugal, mas essa compensação foi parcial", explicou.
Relativamente ao aumento de 3 por cento do imposto sobre a cerveja, previsto no Orçamento do Estado português para 2016, Rui Lopes Ferreira escusou-se a fazer comentários. "O aumento da carga fiscal tem sido parcialmente absorvida pela optimização e reestruturação do sector", disse, acrescentando que hoje em dia a margem de absorção desses feitos é mais reduzida.
Em termos de perspectivas para este ano, o presidente executivo afirmou ter um "optimismo moderado e realista". A economia portuguesa, adiantou, "está mais optimista e dinâmica", com "o turismo a puxar pelo consumo". O gestor espera que haja "sensatez de todos os agentes económicos" para que Portugal siga na trajectória de crescimento.