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Crise ameaça negócio dos lacticínios apesar de investimentos privados

A Lactiangol, a maior empresa angolana de lacticínios, está a investir 19 milhões de dólares para aumentar a capacidade produtiva, a partir da fábrica de Luanda, mas a crise cambial está a dificultar o negócio.

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Segundo o contrato celebrado este mês entre a Lactiangol e a Unidade Técnica para o Investimento Privado, aquele grupo privado vai usufruir, ao abrigo deste investimento, da redução em 45 por cento, ao longo de seis anos, do pagamento dos impostos Industrial e sobre Capitais, bem como sobre a aquisição de terrenos e imóveis (Sisa).

A realizar em 18 meses, o investimento de modernização da unidade, avaliado em 19 milhões de dólares, permitirá duplicar a capacidade de produção de leite, para cerca de 13 mil litros por hora, a partir de 2017, acrescentando 42 trabalhadores nacionais aos 238 postos de trabalho actuais.

O apoio do Estado, que devido ao volume de investimento teve de ser autorizado por despacho do Presidente, é justificado no mesmo contrato com o objectivo de incentivar o crescimento económico, obter transferência de tecnologia e aumentar as disponibilidades cambiais, assegurando o equilíbrio da balança de pagamentos.

Este contrato de investimento surge no mesmo mês em que a Lactiangol, criada em 1994, confirmou, por outro lado, que teve de reduziu a produção entre 30 a 50 por cento, alegando dificuldades no acesso a divisas para a aquisição de matéria-prima, fruto da crise do petróleo.

O leite, sobretudo importado, é um dos produtos que começa a rarear em Angola, devido às dificuldades em assegurar compras ao exterior.

Trata-se de um problema que está a afectar várias indústrias no país, na aquisição de matéria-prima, e no caso da Lactiangol, segundo a administração, a fábrica já apenas responde a 10 por cento dos pedidos dos clientes, desde cadeias de distribuição ao pequeno comércio, e só a produção de iogurtes foi reduzida para metade.

A produção de leite, outro dos sectores fortes da empresa, com sede em Luanda, foi reduzida de cinco milhões para 3,5 milhões de litros até ao final de 2015, tendo em conta a conjuntura nacional provocada pela quebra das receitas com a exportação de petróleo, que fez diminuir a entrada de divisas no nosso país.

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