"O Governo mantém-se empenhado na eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis, embora não pretenda eliminá-los por completo em 2025, pois isso poderia criar 'dificuldades desnecessárias' para os cidadãos do país", referiu o governante, em entrevista à agência de informação financeira Bloomberg, em Davos, onde decorre a 55.ª Reunião Anual do Fórum Económico Mundial e na qual Lima Massano participa em representação do Presidente da República, João Lourenço.
Referindo que a economia do país deverá crescer aproximadamente quatro por cento este ano, comparativamente ao crescimento de "pouco acima de quatro por cento" no ano passado, como resultado do desempenho dos sectores fora do petróleo e do programa de privatizações, o ministro de Estado disse continuarem a "procurar formas de eliminar os estrangulamentos da economia" para possibilitar o crescimento das empresas.
"Continuamos a procurar formas de eliminar os estrangulamentos da economia, para que as empresas possam continuar a crescer. Por isso, esperamos que 2025 seja outro bom ano", disse na entrevista à Bloomberg, citada pelo Governo, em comunicado a que o VerAngola teve acesso.
As privatizações foram igualmente mencionadas por José de Lima Massano, que referiu que "nos próximos meses vão privatizar a empresa de telecomunicações Unitel, sendo que parte desta operação está a ser feita através da bolsa de valores".
Além disso, o Executivo também irá "alienar participações no Banco de Fomento Angola, o seu segundo maior banco, e a unidade local do Standard Bank Ltd".
"As três empresas estão entre as maiores das quase 200 empresas e activos estatais que o Governo inicialmente marcou para alienação em 2019, com vista a angariar dinheiro e diversificar a economia para além do petróleo", lê-se no comunicado do Governo.
Segundo Lima Massano, mais de metade dessas empresas já foram privatizadas: "Decidimos lançar um programa massivo de privatizações de empresas estatais. Está a acontecer".
Entre outros aspectos, na entrevista à Bloomberg, o ministro também falou sobre a emissão de dívida, tendo referido que o Governo pretende emitir dívida num montante até dois mil milhões de dólares este ano. "Este ano, vamos aos mercados para emitir Eurobonds", disse, acrescentando: "Não será diferente do que fizemos antes: mil milhões de dólares, podendo ir até dois mil milhões de dólares."
Quanto à presença no Fórum Económico Mundial, segundo o comunicado do Governo, Lima Massano tem vindo a desenvolver "uma intensa actividade de contactos bilaterais com decisores políticos, investidores e gestores empresariais, entre outras entidades, com a finalidade de explorar e promover parcerias público-privadas para a mobilização de recursos para o desenvolvimento económico de Angola".
Assim, manteve encontros com CEO's e representantes de diversas empresas, com realce para a Trafigura, Citigroup, De Beers, Standard Chartered Bank, Menzies Aviation, JP Morgan, Africa Finance Corporation, o ministro português da Economia, o antigo primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair (actual presidente do Instituto para a Mudança Global), entre outros.
Ainda no âmbito do evento, também assinalou presença no Fórum dos Amigos da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AFCFTA), que aconteceu subordinado ao tema "Transformar o Comércio Digital num Catalisador do Crescimento em África", com o intuito de "impulsionar a implementação da AFCFTA, através de parcerias público-privadas".
"Este Fórum, em que esteve presente o antigo primeiro-ministro do Reino Unido, constitui-se numa plataforma dinâmica para um diálogo visionário sobre comércio digital e o papel crucial do sector privado no avanço da implementação do Protocolo de Comércio Digital da AFCTA, adoptado pelos Chefes de Estado e de Governo da União Africana, em Janeiro de 2024", lê-se no comunicado.
Além disso, Lima Massano também participou num workshop sobre "Investimento em Cadeias de Valor de Minerais Críticos", no qual "defendeu a importância da exploração sustentável e inclusiva de recursos minerais estratégicos e das parcerias público-privadas".