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Especialista defende aposta séria do país no gás natural

O advogado Agostinho Pereira de Miranda, especialista em direito da Energia, disse esta Quinta-feira à Lusa que Angola tem agora todas as condições para explorar o gás natural e compensar a descida na produção de petróleo.

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"O grande problema de Angola é que até há alguns meses o gás natural não podia ser explorado nos mesmos termos contratuais e jurídicos do petróleo, estava sempre dependente casuisticamente da decisão da Sonangol, e agora há novas condições, com uma tributação muito competitiva em termos internacionais e até num limiar bastante baixo, de 25 por cento, e consequentemente agora há condições para explorar o gás natural como nunca houve", disse Agostinho Pereira de Miranda.

Em entrevista à Lusa a propósito das perspectivas de evolução do sector energético em Angola, o fundador da Miranda & Associados, que acompanha o sector do petróleo há mais de 30 anos, disse que "o sector petrolífero pode trazer uma grande mais-valia e significado, especialmente se Angola fizer a transição da exploração de petróleo, de crude, para uma exploração muito mais intensa das reservas de gás natural".

O gás natural, apontou, "tem uma vida útil no 'mix' energético que será certamente bastante mais longa que o crude, e permite vários projectos, desde a energia razoavelmente mais barata para as indústrias transformadoras, até à electrificação muito mais acelerada do país, e também projectos no domínio da petroquímica".

Para Agostinho Pereira de Miranda, esta seria uma boa maneira de cumprir a prioridade do Governo, que é diversificar a economia, tornando-a menos dependente do sector petrolífero: "Tudo isto é muito diversificado para a economia de Angola, porque a despeito de muitas iniciativas, a diversificação não tem avançado, até se tem retraído", apontou o advogado.

Nos últimos cinco anos, lembrou este advogado das principais empresas petrolíferas internacionais ao longo de 30 anos, "foram feitas outras descobertas que permitem colocar Angola na fasquia muito aceitáveis de reservas comprovadas de gás natural de cerca de 10 tcf, ou seja, 10 biliões de metros cúbicos, o que é cerca de um décimo das reservas comprovadas de Moçambique, e são por si só suficientes para alimentar unidades de liquefação que permitem uma boa achega, designadamente para a petroquímica e a electrificação do país", concluiu o jurista.

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