A decisão consta de um despacho presidencial de final de Dezembro, que cria o grupo de trabalho "para analisar e dar devido tratamento às propostas para a construção de refinarias em Angola", coordenado pelo ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Pedro Azevedo.
Este grupo de trabalho, lê-se no documento, conta com 60 dias para concluir o trabalho, integrando ainda o secretário de Estado dos Petróleos, Paulino Jerónimo, o presidente do conselho de administração da Sonangol, Carlos Saturnino, e a vogal da administração da petrolífera, Ana Maria Fonseca, bem como o Director Nacional de Petróleos, Amadeu Paquete de Azevedo.
"Considerando a necessidade de se proceder a estudos e análises das propostas técnicas, económicas e financeiras para a construção de refinarias na República de Angola", justifica o mesmo despacho presidencial.
A nova administração da petrolífera estatal Sonangol já tinha recebido, até 13 de Dezembro, mais de 15 propostas para a construção de refinarias no país, conforme disse anteriormente o Presidente João Lourenço.
"Não faz sentido, que um país produtor de petróleo, com os níveis de produção que tem hoje e que teve no passado, continue a viver quase que exclusivamente da importação dos produtos refinados", apontou.
"O que pretendemos é que o país tenha refinaria ou refinarias, para que a actual fase que vivemos, de importação de derivados de petróleo, seja atirada para o passado. Eu sei que é possível e que podemos no próximo ano, em 2018, se trabalharem bem e rápido, dar pelo menos início à construção de uma refinaria para Angola", exortou.
Actualmente, a Sonangol mantém em operação a refinaria de Luanda, com 62 anos de actividade e uma capacidade nominal instalada de 65.000 barris por dia e Angola importa mensalmente cerca de 180 milhões de dólares em combustíveis refinados, fornecimento que está a ser dificultado por falta de divisas, atrasando pagamentos por parte da petrolífera, que reconheceu igualmente produzir apenas 20 por cento do consumo total de produtos refinados.