Os dados da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama) foram avançados durante a X reunião do conselho consultivo do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, que se realiza sob o lema “Recursos Minerais, Petróleo e Gás: Desafios e Soluções”.
Segundo o balanço das acções e projectos 2023/2024, no ano que termina, a Endiama esteve estrategicamente focada em racionalizar os processos de produção e na melhoria significativa das actividades de investigação geológica e mineira em todos os projectos, principalmente os Projectos de Luachima e Xamacanda.
Por esta altura, 54 projectos estão em fase de prospecção, dos quais nove em fase avançada e em fase de avaliação, com um investimento, este ano, de 42,3 milhões de dólares, em actividades de investigação geológica e mineira.
De acordo com o balanço, estão em actividade de prospecção efetiva 25 projectos.
O documento indica que a necessidade de modernização das centrais de tratamento de alguns projectos resultou num défice de 1,2 milhões de quilates de diamantes e num défice de 460 mil quilates por falta de equipamentos para a remoção de terras, agravada por falhas mecânicas, escassez de mão de obra qualificada e falta de peças de reposição, bem como no défice de 304 mil quilates devido aos projectos que estão a ser reestruturados.
Nas perspectivas para 2025, a Endiama prevê uma produção de 15,13 milhões de quilates de diamantes, o preço médio de 150 dólares/quilates e uma receita bruta de 2,27 mil milhões de dólares.
Em declarações à imprensa, à margem do conselho consultivo, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, referiu que o sector atravessa um momento difícil, devido à quebra dos preços.
“Neste momento, para os diamantes é um momento difícil, temos também os diamantes sintéticos que estão aí, competem agora com os diamantes minerais, temos também a questão das sanções aos diamantes russos, mas nós temos que continuar a fazer a nossa parte, que é continuar a procurar novos recursos, reservas de diamantes, optimizar os custos e melhorar também os aspetos legais, contratuais, para que possamos ultrapassar essa crise com uma produção que esteja dentro do nosso objectivo”, salientou.
Angola pretende incrementar a capacidade de lapidação de diamantes localmente, com a construção em três fases de 19 novas fábricas até 2026, das quais cinco este ano, que se encontram com um avanço físico de 54 por cento, segundo os dados disponibilizados até 30 de novembro passado, que deverão estar concluídas em Março de 2025.
O país pretende alcançar a meta de lapidação de diamantes brutos no país de 21.326 quilates, até 2027.