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Gaspar Martins: Sonangol é hoje “uma empresa diferente” e nada tem a ver com alegados casos de corrupção

O presidente da Sonangol, Gaspar Martins, disse esta Quinta-feira que a petrolífera estatal é hoje uma empresa “muito diferente”, demarcando-se de casos de alegada corrupção que aconteceram no passado.

: Ampe Rogério/Lusa
Ampe Rogério/Lusa  

Gaspar Martins, que falava à Lusa à margem da inauguração de uma nova unidade de gás da empresa no município do Soyo (Zaire), sublinhou que a Sonangol está focada nos projectos actuais, salientando que casos como o que está a ser investigado na Suíça, envolvendo a Trafigura, pertencem ao passado.

Na semana passada, as autoridades suíças acusaram o gigante das matérias-primas Trafigura de ter subornado funcionários públicos em Angola e pretendem levar a tribunal um antigo político angolano e dois ex-dirigentes da multinacional.

De acordo com a acusação da Procuradoria-Geral suíça, "um antigo responsável angolano é acusado de ter aceitado, entre Abril de 2009 e Outubro de 2011, subornos de mais de 4,3 milhões de euros e 604 mil dólares [559,5 mil euros], do grupo Trafigura, relacionado com as suas actividades na indústria do petróleo em Angola".

"É um caso que diz mais respeito à própria Trafigura (...) e não tem nada a ver com esta administração actual que está concentrada em fazer acontecer isto que nós estamos a ver hoje", salientou Gaspar Martins, referindo-se à segunda fase do Projecto Falcão, esta Quinta-feira inaugurada no Soyo (Zaire).

A Sonangol, frisou, "é hoje uma empresa muito diferente": "Estamos comprometidos com o fazer acontecer. Falar do passado não tem muita força, o que interessa é o que eu estou a fazer hoje e que a empresa se torne referência no continente africano, comprometida com a sustentabilidade. É isso que nós queremos hoje".

Segundo disse, com este projecto vai ser possível alimentar a fábrica de fertilizantes que vai contribuir para diversificar a economia nacional e aumentar a produtividade agrícola, bem como fornecer energia a partir de uma fonte considerada de transição.

A infra-estrutura prevê a recepção, transportes e distribuição de gás natural da unidade Angola LNG para a central de ciclo combinado do Soyo e para a futura fábrica de fertilizantes e vai tratar por dia até 150 milhões de pés cúbicos de gás.

Questionado sobre o acordo alcançado na COP28, o presidente da petrolífera sublinhou que a Sonangol está comprometida com a sustentabilidade e em fazer acontecer projectos de energias renováveis, "sem descurar que a maior fonte de receitas para Angola ainda é o petróleo e o gás".

"E nós, vamos continuar nesta senda pensando que estas receitas podem ser usadas na nossa viagem para a transição energética", realçou.

Os delegados de cerca de 200 países encerraram, na Quarta-feira, no Dubai, a 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP28) com a aprovação do acordo que visa reduzir o consumo global de combustíveis fosseis para evitar os impactos das alterações climáticas.

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