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Governador esclarece que BNA não recebeu, “por enquanto", pedidos de fusão de bancos comerciais

O Banco Nacional de Angola (BNA) disse que não recebeu, “por enquanto”, nenhum pedido de fusão de bancos comerciais, acreditando que até final de Dezembro os bancos em falta adequem o seu capital social ao exigido legalmente.

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O governador do BNA, Manuel Tiago Dias, afirmou esta Terça-feira que a temática dos três bancos que ainda não cumpriram com o aumento do seu capital social (15 mil milhões de kwanzas) no prazo estipulado foi abordada na última reunião do Comité de Política Monetária e que a moratória até 31 de Dezembro foi aceite pela instituição.

“Praticamente todos os bancos já cumpriram, temos duas instituições financeiras que estão numa fase de serem adquiridas por uma terceira e, para o efeito, solicitaram-nos uma moratória e uma outra instituição financeira que, por razões que também são conhecidas, os seus acionistas solicitaram-nos também uma moratória e nós respondemos favoravelmente aos pedidos que nos foram feitos”, respondeu aos jornalistas, sem mais detalhes.

O banco russo VTB, o sul africano Standard Bank Angola e a sucursal do Banco da China em Luanda são as três instituições do sistema financeiro bancário angolano que devem ajustar o seu capital social até o fim do ano, à luz das directrizes do BNA.

Manuel Tiago Dias, que falava à margem da XII Fórum Economia e Finanças: Diversificação Económica e Mercados Financeiros, disse acreditar que as instituições em falta cumpram com os regulamentos no quadro da moratória.

“Estamos em crer que no final [do prazo] todas as instituições financeiras hão de cumprir com todos os regulamentos”, referiu, dando nota que o banco central não recebeu, “até ao momento”, qualquer pedido para fusões.

“Nós não recebemos solicitações para fusão, por enquanto, mas não excluímos que isso pode vir a acontecer. Em todo o caso, é uma decisão que deve ser tomada pelos accionistas”, argumentou.

Questionado sobre as enchentes que se verificam nos ATM (terminais de pagamentos automáticos), Manuel Tiago Dias disse ser um tema “extremamente preocupante, não apenas para o BNA, mas para o sistema bancário no seu todo”.

Considerou que as enchentes acontecem normalmente no final de cada mês e também no princípio do mês seguinte e coincidem com o pagamento de salários, apontando para a desconcentração do pagamento de salários como mecanismo para travar o fenómeno.

A desconcentração de pagamentos de salários, notou, já se regista a nível do BNA e de outras instituições, mas, "infelizmente", o mesmo não acontece no caso dos funcionários públicos, "que representam cerca de 40 por cento da massa salarial”, disse.

“Infelizmente isso acontece sempre no final do mês e temos também que apostar nos novos instrumentos de pagamento e aqui o digital pode contribuir também para a redução das enchentes, porque há operações que podem ser feitas com recurso ao telemóvel e não precisamos de ir aos ATM”, rematou o responsável.

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