Ver Angola

Banca e Seguros

BNA quer sistema financeiro robusto para a diversificação económica

O Governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias, disse esta Terça-feira que o sucesso da diversificação económica do país passa por um sector financeiro robusto, com bancos sólidos, regulamentação financeira adequada e financiamento às pequenas empresas.

:

De acordo com o responsável, a temática da diversificação económica e mercados financeiros, em discussão num fórum, em Luanda, não é uma abordagem nova, mas continua actual e a apresentar desafios.

"Não obstante os progressos assinalados, permanece um longo caminho a percorrer", afirmou o governador do BNA, realçando que a dependência do sector petrolífero torna a economia "vulnerável" às flutuações do preço do petróleo nos mercados internacionais.

"As últimas crises neste sector demonstraram claramente que a diversificação económica é o caminho a seguir para construirmos uma economia equilibrada e sustentável", observou.

Falando esta Terça-feira na abertura do XII Fórum Economia e Finanças: Diversificação Económica e Mercados Financeiros, Manuel Tiago Dias considerou que a diversificação económica envolve o alavancar dos outros sectores de actividade que carecem de financiamento.

Para o gestor do BNA "é indiscutível que um sector financeiro robusto, com bancos sólidos, regulamentação financeira adequada e o acesso ao financiamento para as pequenas e médias empresas são aliados de sucesso da implementação do processo de diversificação".

Sinalizou que o BNA não está alheio ao processo da diversificação económica de Angola "visto que, sem dúvida, esta mudança de paradigma impactará positivamente sobre a política monetária e cambial e, consequentemente, sobre os preços dos bens e serviços".

Neste fórum promovido pela Associação Angolana dos Bancos (ABANC), no âmbito do seu 25.º aniversário, o governador do banco central angolano salientou que a instituição tem procurado apoiar os diferentes programas que visam impulsionar a diversificação da economia.

Destacou o aviso n.º 10/23 de 6 de Abril, como instrumento que tem tido um impacto significativo no crédito à economia, dando nota que desde a sua implementação até Outubro passado foram já disponibilizados em projectos de créditos contratualizados pela banca comercial mais de 1 bilião de kwanzas.

Argumentou que o referido montante disponibilizado corresponde a 16,36 por cento da carteira global do crédito bancário e 78 por cento da carteira de crédito alocada para o sector real da economia com destaques para os sectores da indústria transformadora, sobretudo da agricultura, produção animal, caça, floresta e pescas.

"Os dados disponíveis até à data indicam que ainda no âmbito destes avisos foram criados mais de 46.000 postos de trabalho e em termos de abrangência às actividades financiadas já foram alocadas em 17 províncias", assegurou.

Manuel Tiago Dias falou ainda de "esforços" que o BNA tem desenvolvido para criar um ecossistema de pagamentos propício à inovação e à concorrência, do Laboratório do Sistema de Inovação do Sistema de Pagamentos em Angola, no âmbito da inclusão financeira.

Referiu, contudo, que a representatividade do sector informal, baixos níveis de literacia e inclusão financeira "constituem grandes desafios para a diversificação económica e desenvolvimento do sistema financeiro nacional".

"Apesar dos programas já realizados, reconhecemos que existe um caminho longo a ser percorrido para alcançar níveis de profundidade do sistema financeiro, diversificação económica e crescimento sustentado, por este motivo foi constituído do Comité de Coordenação da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira", rematou o governador do BNA.

Relacionado

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.