"Recentemente desloquei-me para os Países Baixos, onde está o armador ou construtor do Baía Farta, para assinar um acordo que define o deadline da reparação das inconformidades e, consequentemente, a entrega do navio ao Governo angolano, até Maio de 2024", afirmou a ministra, em entrevista à Angop.
Segundo Carmen dos Santos, o navio encontra-se em condições para realizar a investigação científica, no entanto, "tem um problema nos guinchos que lançam as redes e velam pela parte pesqueira e oceanográfica, bem como pela recolha e estudos de micro-plásticos no mar".
Assim, reforçou: "O único problema do navio prende-se com a questão dos guinchos, que devem ser reparados nos prazos definidos no acordo rubricado".
Citada pela Angop, a ministra aproveitou para recordar que actualmente a embarcação está atracada em Cape Town (África do Sul), na qual se situa o estaleiro da Damen, empresa encarregue por reparar o navio.
Carmen dos Santos informou igualmente que mal o navio volte para o país, o sector por si tutelado vai pôr em prática programas de investigação científica, um mecanismo que se constitui como base para estabelecer os Totais Admissíveis de Captura e a maneira de gestão sustentável da acção pesqueira em Angola, escreve a Angop.
A governante fez também saber que, além disso, o Instituto Nacional de Investigação Científica, Pesqueira e Marinha se encontra a capacitar as equipas que habitualmente realizam cruzeiros de pesquisas, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, bem como o navio da Noruega 'Dr. Fridtjof Nansen' e o Instituto Oceanográfico de Espanha.
Assim, a titular da pasta das Pescas e Recursos Marinhos, citada pela Angop, considerou elevada relevância o país ter à disposição a sua própria embarcação de investigação, no sentido de sistematizar a informação e melhorar a gestão dos recursos marinhos, entre outros.
O Baía Farta chegou a Angola em 2018, mas só em Abril de 2021 concluiu a primeira fase de testes/provas do mar para verificar se estavam ultrapassadas as inconformidades e avarias encontradas durante o trajecto entre o país de origem, neste caso a Roménia, e Angola.
Segundo a Angop, a embarcação, cujo orçamento é aproximadamente 80 milhões de dólares, tem 74,1 metros de comprimento, é capaz de albergar 51 pessoas e apresenta uma autonomia de 29 dias no mar.