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Algodão: o “ouro branco” angolano volta a ser vendido 36 anos depois

O algodão produzido na Baixa do Cassanje voltou a ser vendido 36 anos depois. Um total de 15 toneladas de “ouro branco”, produzidas por 83 agricultores familiares do município de Cunda-dia-Base, foram vendidos à empresa IEP, a proprietária da Textang II.

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Segundo a Angop, o acto formal da venda aconteceu esta Quarta-feira, 21 de Dezembro, em Cunda-dia-Base. Desta transacção resultou um montante de 2.999.000 kwanzas, tendo cada quilograma custado 210 kwanzas.

A produção de algodão na região teve uma duração de meio ano, indo da preparação do terreno à colheita, num perímetro de 30 hectares. Já para a actual época agrícola, adianta a Angop, conjectura-se o cultivo de 400 hectares desta matéria-prima, onde estará envolvido o mesmo número de associados.

O agrónomo da empresa IEP, Santos Gomes, que falava na ocasião, indicou que 100 toneladas de algodão estavam previstas na etapa experimental, mas esta foi condicionada por diversos factores.

A empresa terá ao dispor a produção das famílias durante uma década, indicou o responsável, acrescentando que concluído esse prazo terão a sua própria área de cultivo, caminhando em direcção à diminuição da importação.

Santos Gomes aproveitou igualmente a ocasião para revelar que irão arrancar, dentro de dias, com a instalação de uma unidade fabril de descaroçamento de algodão, capaz de produzir 15 toneladas diárias.

Já Carlos Chipoia, director do gabinete provincial da Agricultura, também citado pela Angop, considerou que a recuperação da produção de "ouro branco" na Baixa de Cassanje é animadora para os agricultores da região, pois chama mais famílias neste ramo, para fornecer a indústria têxtil do país.

Referiu ainda que, a par de Cunda-dia-Base, a IEP irá igualmente produzir em Cahombo e que outro investidor irá "atacar" o Quela – onde decorre um levantamento para inclusão de 400 famílias, com cada uma a usufruir de um hectare e recursos de produção.

Por sua vez Francisco Mutacambo, administrador municipal de Cunda-dia-Base, admitiu que a venda espelha um "ganho" para os agricultores da região e mostra também o interesse do Governo em revigorar esta cultura, deixando ainda a garantia que prosseguirão com a mobilização das famílias a abraçarem esta produção.

José Vunge, regedor do Cunda-dia-Base e um dos agricultores envolvidos, também citado pela Angop, indicou que o montante arrecadado auxiliará na diminuição dos obstáculos encarados pelas famílias, comprometendo-se a expandir as zonas de produção.

Segundo a Angop, a mesma visão foi partilhada por Domingos João e Maria Colete, também produtores, que pediram que o preço do quilograma suba para 250 kwanzas contra os 210 kwanzas.

De referir que mais de 12 milhões de dólares são gastos por ano pelo país com a importação de algodão.

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