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Mais de metade dos angolanos dizem que alterações climáticas afectam a sua vida quotidiana, aponta inquérito

Mais de metade dos angolanos dizem que as alterações climáticas afectam a sua vida quotidiana ao passo que 57 por cento considera que as alterações climáticas e danos ambientais afectaram o seu rendimento ou fonte de subsistência. Estas são algumas das principais conclusões da primeira edição africana de um inquérito sobre clima do Banco Europeu de Investimento (BEI).

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Os resultados do inquérito indicam que 75 por cento dos angolanos inquiridos dizem sentir que as alterações climáticas afectam a sua vida quotidiana.

De acordo com um comunicado remetido ao VerAngola, as conclusões do inquérito "confirmam que as alterações climáticas têm tido um impacto negativo nos meios de subsistência dos angolanos", com 57 por cento dos inquiridos a referirem "que os seus rendimentos foram afectados por este fenómeno".

As perdas em questão, adianta a nota, acontecem normalmente devido a secas severas, subida do nível das águas, erosão costeira ou fenómenos extremos (por exemplo furacões ou inundações).

O inquérito revela igualmente que 59 por cento dos angolanos (percentagem ligeiramente acima da média africana, que se situa nos 57 por cento) dizem "que eles próprios ou pessoas suas conhecidas já tomaram algum tipo de medida de adaptação ao impacto das alterações climáticas". Entre estas iniciativas constam, por exemplo, "investimentos em tecnologias de poupança de água para reduzir o impacto das secas e na limpeza das valas de drenagem antes das inundações".

Conclusões do inquérito indicam ainda que 84 por cento dos angolanos inquiridos defenderam que o investimento em energias renováveis deveria ser uma prioridade.

"Quando questionados sobre qual a fonte de energia em que o seu país deveria investir para combater as alterações climáticas, 84 por cento dos angolanos inquiridos (face à média africana de 76 por cento) afirmam que deve ser dada prioridade às energias renováveis, a grande distância dos combustíveis fósseis (8 por cento)", pode ler-se no comunicado.

Jeannette Seppen, embaixadora da União Europeia em Angola, citada na nota, considerou que "estes resultados mostram que os angolanos têm consciência do impacto negativo que as alterações climáticas estão a ter nas suas vidas e da necessidade de apoio por parte das autoridades e organizações internacionais para acelerar a transição para as energias renováveis e para reduzir a dependência das importações de alimentos, que comporta riscos e é contraproducente".

Por sua vez, Thomas Östros, vice-presidente do BEI, disse que "Angola dispõe de um grande potencial para aumentar os investimentos em energias renováveis. Para satisfazer a procura nas zonas rurais, o país procura desenvolver projectos fora da rede em pequena escala, com recurso a combustíveis fósseis e a tecnologias de energias renováveis, nomeadamente energia solar e eólica, bem como pequenas centrais hidroeléctricas. Embora a energia hidroeléctrica represente quase dois terços da capacidade instalada de produção de electricidade em Angola, as novas fontes de energia renováveis têm o potencial de expandir ainda mais a capacidade de produção do país – e de diminuir a sua dependência dos combustíveis fósseis".

"Para além das energias renováveis, o BEI ajudou Angola a desbloquear o desenvolvimento de serviços avançados de telecomunicações e a melhorar o acesso à água potável, estando também empenhado em aumentar a resiliência do sector da saúde", acrescentou.

A primeira edição africana do inquérito do BEI acerca do clima, realizada em parceria com a empresa de estudos de mercado BVA, contou com mais de 6000 inquiridos, dos quais 503 angolanos, com idade igual ou superior a 15 anos, originários de 10 países africanos, que participaram no inquérito concretizado entre 1 e 25 de Agosto deste ano, junto de um painel representativo de cada um dos países abrangidos.

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