A informação foi avançada hoje, em conferência de imprensa, pelo embaixador chinês em Luanda, Cui Aimin, na apresentação desta cimeira, a ter lugar em Joanesburgo, nos dias 4 e 5 de Dezembro, e que prevê, no encontro dos dois chefes de Estado, o reforço dos mecanismos de cooperação bilateral.
Desde logo, disse o diplomata, decorrem reuniões entre grupos técnicos dos dois países que visam alcançar acordos monetário (troca de moeda), de investimentos recíprocos e de facilitação de vistos entre Angola e a China.
"Temos boas perspectivas para o futuro da nossa cooperação", sublinhou o embaixador Cui Aimin, relativizando o arrefecimento económico vivido actualmente em Angola, fruto da crise do petróleo.
De acordo com o diplomata, a representação angolana na cimeira do FOCAC será liderada pelo Presidente José Eduardo dos Santos, que voltará a reunir-se com o homólogo chinês, o segundo encontro depois da sua visita a Pequim em Junho último, em que foi garantido um novo empréstimo chinês a Angola, no valor de 6000 milhões de dólares.
A Lusa noticiou a 12 de Outubro passado que os bancos centrais de Angola e da China estão a acertar os pormenores de um acordo que vai permitir o uso das moedas nacionais de ambos os países, nas trocas comerciais bilaterais.
O governador do Banco Nacional de Angola, José Pedro de Morais, disse que esse acordo vai trazer "muitas vantagens" quando estiver em execução, tendo em conta a falta de divisas que o país enfrenta para garantir as necessidades de importação.
"A moeda chinesa hoje é uma moeda vastamente utilizada nas trocas comerciais internacionais e vamos ter muitas vantagens quando este acordo poder ser utilizado", referiu José Pedro de Morais.
O acordo, cujo anúncio da sua negociação foi feito em Agosto passado, pela ministra do Comércio de Angola, Rosa Pacavira, vai permitir que os agentes económicos de ambos os países possam usar a moeda chinesa em Angola e a angolana na China, facilitando as trocas comerciais.
"Hoje em dia, há um apoio muito grande das instituições financeiras internacionais a este tipo de acordos, porque ele permite garantir que o comércio externo se continue a fazer sem recurso a uma terceira moeda, que neste caso seria o dólar", frisou o governante angolano.
Em Agosto, Rosa Pacavira anunciou que o kwanza ia valer na China e o renminbi (moeda chinesa ou yuan) em Angola. A ministra considerou, na altura, o acordo uma mais-valia pelo facto de Angola estar a enfrentar uma quebra nas suas receitas fiscais, com a exportação de petróleo, que afectou o mercado cambial, devido à redução da cotação internacional do barril de crude e na entrada e divisas no país.