O também deputado e general da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) falava à Lusa depois de concluir uma campanha eleitoral interna que o levou a percorrer o país, tentando obter os apoios necessários para a chegar à liderança do partido no XII congresso ordinário, a decorrer entre 3 e 5 de Dezembro.
"Nós percorremos 14 províncias em dez dias, o que por si só uma proeza. Encontrei militantes conscientes das suas responsabilidades e delegados [ao congresso] cientes do peso que têm sobre os ombros. É um balanço que supera as minhas perspectivas", disse o candidato.
Lukamba Paulo "Gato", que reedita em Dezembro o duelo de há 12 anos, logo após a paz alcançada em Angola, com Isaías Samakuva - actual presidente da UNITA e recandidato ao cargo - confia em vencer a eleição neste congresso, para depois preparar a "alternativa" para as eleições gerais em Angola previstas para Agosto de 2017.
O país, liderado desde 1975 pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) vive uma profunda crise económica e financeira devido à quebra com as receitas da exportação de petróleo, o que tem originado um crescente descontentamento popular, sobretudo pelo aumento do desemprego e subida dos preços de produtos elementares.
"Estou convencido que as condições estão criadas para que se possa operar a mudança desejada em Angola. O essencial é trabalharmos todos juntos para que não haja sobressaltos, porque a mudança que se deseja é com todos e para todos", apontou o candidato.
Para o deputado da UNITA, os 12 anos que passaram desde que disputou as eleições do partido permitiram "fazer leituras" e preparar-se para o desafio.
"Fui candidato vencido em 2003, durante estes anos deixei que o presidente eleito trabalhasse sem sobressaltos, com a minha total colaboração, sempre que me chamou para tarefas concretas, temporárias ou permanentes, estive ao seu lado", recordou anteriormente.
Concorrem à liderança da UNITA ainda os deputados Abílio Kamalata Numa e Isaías Samakuva, este último presidente do partido, eleito em 2003, depois da morte do fundador do partido, Jonas Savimbi, um ano antes.
A campanha eleitoral interna termina na terça-feira.