Em conferência de imprensa, o porta-voz do Serviço de Investigação Criminal (SIC), Manuel Halaiwa, disse que os detidos, autores confessos, são acusados do crime de homicídio qualificado.
Segundo Manuel Halaiwa, a cidadã americana, mulher da vítima, é supostamente a mandante deste crime, que envolve igualmente um cidadão angolano, de 24 anos, antigo funcionário de uma empresa de segurança que protegia a casa deste casal.
O porta-voz do SIC disse que, depois de rescinder o contrato com a empresa, o indivíduo foi contratado pelo casal, mantendo uma relação de proximidade com a família.
Manuel Halaiwa disse que há “fortes suspeitas de um relacionamento, eventualmente amoroso, em relação à mandante e o participante, o seu comparsa”.
Além de Jacqueline Shoyer, está detido o executor do crime, um cidadão de 23 anos, já com passagens pela polícia, encontrando-se em fuga um outro cúmplice.
Para a execução do crime, a mandante terá pagado o valor de 9400 dólares, que os acusados terão convertido em kwanzas, estando já cativos cerca de metade, 4,5 milhões de kwanzas.
De acordo com o porta-voz do SIC, é “certo que a mandante terá determinado a execução do esposo por uma intenção de não querer sair de Angola”, pretendendo “contacto permanente, mas também para cumprir outra acção voltada à vida missionária, por conta de alguns projectos existentes no município da Humpata, onde já receberam avultados orçamentos, fala-se em milhões de dólares”.
O casal, casado há 20 anos, com cinco filhos, chegou a Angola em 2021 para prestar serviços missionários para a igreja Laques Área Vineyard Church (LAVC).
Beau Shroyer, de 44 anos, terá sido atraído pela mulher para um local ermo, com o propósito de aprender a conduzir uma viatura de caixa manual, onde foi assassinado com golpes de faca dentro da sua viatura, num momento em que Jacqueline Shoyer se terá afastado do local para necessidades fisiológicas.
O Ministério do Interior informou a Embaixada dos Estados Unidos em Angola e também os familiares, aguardando-se outras formalidades para transladação ou enterro da vítima.
“Está apreendida a viatura que foi usada para a realização do crime, o instrumento usado para o cometimento do crime e também valores apreendidos, cativos no banco. Já determinámos algum rasto desse dinheiro e já foram cativos 4,5 milhões de kwanzas”, avançou Manuel Halaiwa.