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Analista diz que China está tranquila face à aproximação de Angola e EUA

A encarregada de negócios da China em Angola desvalorizou a aproximação de Luanda aos Estados Unidos, sublinhando que Pequim está a reforçar a cooperação bilateral e que o país tem liberdade para escolher os seus parceiros.

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Chen Feng falava à Lusa à margem da Conferência Internacional "Caminhos para o Desenvolvimento: Estudos e Práticas na China e em Angola", organizada pela Universidade Católica de Angola e pela representação diplomática chinesa.

O Presidente João Lourenço já deixou Luanda com destino a Washington, onde se vai encontrar esta Quinta-feira com o seu homólogo norte-americano, Joe Biden, sinalizando a proximidade política e económica entre os dois países.

"Os chineses têm confiança no futuro do desenvolvimento de Angola e estamos a reforçar ainda mais a nossa cooperação bilateral, não é um problema para nós", disse Chen Feng a propósito desta visita.

"Angola é um país independente, tem a liberdade de cooperar com qualquer pais do mundo e espero que os outros parceiros também contribuam e cumpram as suas promessas de cooperação com Angola como a China", acrescentou.

Instada a comentar o afastamento da China do Corredor do Lobito, infraestrutura ferroviária estratégica que vai ligar a Zâmbia e a Republica Democrática do Congo ao porto do Lobito, e a prioridade dada ao financiamento norte-americano, afirmou que "é normal".

"A China coopera na base da igualdade e do beneficio recíproco e Angola tem o direito de escolher os seus parceiros", salientou.

Quanto à vinda de um novo embaixador, depois da saída de Gong Tao, que terminou a sua missão em Agosto, declarou que não há qualquer atraso ou entrave diplomáticos, justificando que a China "escolhe os seus embaixadores com seriedade".

"Não é só Angola que está nesta situação, temos de escolher uma pessoa adequada para um país tão importante, por isso demora um pouco", afirmou, sem avançar datas para a substituição.

Desvalorizou, por outro lado, o decréscimo no valor das trocas comerciais, que atribuiu à oscilação dos preços do petróleo, notando, no entanto, que Angola ultrapassou no mês passado a Nigéria e voltou a ocupar a segunda posição como principal parceiro comercial da China em África, a seguir à África do Sul.

Entre Janeiro e Outubro deste ano, as trocas comerciais entre os dois países ultrapassaram os 18 mil milhões de dólares que comparam com 27 mil milhões de dólares registados em 2022.

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