"O mandato para as energias renováveis decorre do Congresso e coincide com aquilo que o Governo nos pediu para fazer", disse Reta Jo Lewis numa entrevista à Bloomberg, na qual salientou que também é seu objectivo aumentar o número de projectos em países de África, entre os quais estão a construção de duas centrais solares em Angola e a participação no projecto de exploração de gás natural da TotalEnergies em Moçambique.
"Estamos interessados em todos os tipos de projectos, em todos os sectores", acrescentou a responsável, referindo-se à vontade de aumentar o financiamento em África.
Em Junho, o Eximbank aprovou um empréstimo directo de mais de 900 milhões de dólares para a construção de duas centrais solares em Angola, um dos maiores investimentos em energias limpas feitas por esta agência que fomenta as exportações dos Estados Unidos.
Falando à Bloomberg em Joanesburgo, na quarta visita que fez à África subsaariana desde Fevereiro do ano passado, Reta Jo Lewis explicou que a participação de 4,7 mil milhões de dólares no megaprojecto da TotalEnergies em Moçambique, num montante total que ronda os 25 mil milhões de dólares, está em análise devido às novas condições financeiras.
"Sobre esse empréstimo em particular, que foi aprovado pelo anterior Governo, esse processo está nos trâmites da 'due dilligence', e não posso dizer mais nada", disse Reta Jo Lewis, referindo-se ao conjunto de verificações que qualquer entidade financeira tem de fazer antes de desembolsar verbas a um cliente.
A agência norte-americana já desembolsou cerca de 1,6 mil milhões de dólares este ano para projectos em África, aumentando a exposição para 7 mil milhões de dólares anunciou ainda a responsável, defendendo que "o objectivo é olhar para projectos financiáveis, não se deve pensar que um projecto é demasiado pequeno ou demasiado grande".
Moçambique tem três projectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.
Dois desses projectos têm maior dimensão e prevêem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para o exportar por via marítima em estado líquido.
Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após um ataque armado a Palma, em Março de 2021, altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura, o que poderá acontecer até final deste ano.