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Ministra da Cultura quer outros países do antigo Reino a investigar Mbanza Congo

A ministra da Cultura defendeu o envolvimento de outros países que integravam o antigo Reino do Congo na investigação à sua capital, Mbanza Congo, cidade no norte do país candidata a património mundial da UNESCO.

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A ministra Carolina Cerqueira discursava em Mbanza Congo, na cerimónia de abertura da terceira mesa redonda com especialistas internacionais dedicada à investigação arqueológica e história daquela cidade da província angolana do Zaire, tendo recordado que o antigo reino cobria uma área de interesse de mais três países.

É o caso da República Democrática do Congo, República do Congo e Gabão, com a governante angolana a defender um maior envolvimento destes países, que formavam o Reino do Congo nos anos do período colonial (Bélgica, França e Portugal).

"Esses territórios, posteriormente independentes, constituem os herdeiros naturais dessas territorialidades e estruturas, possuindo cada um deles uma memória e uma história política, económica e social sobre o antigo Reino do Congo. Nesta conformidade, porque a memória e história constituem alguns dos alicerces fundamentais dos povos, justifica-se plenamente que ao reflectir sobre o passado, tanto quanto sobre o presente, tenhamos que fazê-lo em conjunto", disse Carolina Cerqueira.

Angola tem em curso a candidatura da cidade histórica de Mbanza Congo à classificação de património mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Desencadeada em 2014 e formalizada já em Janeiro de 2015, a candidatura foi considerada incompleta por aquele organismo internacional. Em causa esteve a falta de detalhes no mapa cartográfico que integrou a candidatura anterior.

"O facto de a cidade de Mbanza Congo estar situada em Angola, tem levado o Governo de Angola, através do Ministério da Cultura, a promover esforços no sentido dessa classificação. No entanto, parece-nos que os esforços ligados à investigação científica deste sítio histórico deveria implicar uma maior concertação entre os nossos países que, em vez de fazer intervir unicamente os investigadores a título pessoal, deveria procurar inscrever acordos entre as universidades desses países, interessados na promoção da investigação científica sobre o Reino do Congo e sobre as suas comunidades no presente", defendeu a ministra.

O centro histórico de Mbanza Congo, na província do Zaire, no norte de Angola, está classificado como património cultural nacional precisamente desde 10 de Junho de 2013, um pressuposto indispensável para a sua inscrição na lista de património mundial.

Envolve um conjunto cujos limites abrangem uma colina e que se estende por seis corredores. Inclui ruínas e espaços entretanto alvo de escavações e estudos arqueológicos, que envolveram especialistas nacionais e estrangeiros.

Os trabalhos arqueológicos realizados no local envolveram a medição da fundação de pedras descobertas no local denominado de "Tadi dia Bukukua", supostamente o antigo palácio real.

Passaram igualmente pelo levantamento da missão católica, da casa do secretário do rei, do túmulo da Dona Mpolo (mãe do rei Dom Afonso I, enterrada com vida por desobediência às leis da corte) e do cemitério dos reis do antigo Reino do Congo.

Dividido em seis províncias, o Reino do Congo dispunha de 12 igrejas, conventos, escolas, palácios e residências. "Acreditamos, assim, que através desta reunião, estaremos a ajudar a impulsionar a candidatura do Centro Histórico de Mbanza Congo para a sua inscrição na prestigiada Lista do Património Mundial", enfatizou Carolina Cerqueira, na abertura da terceira mesa redonda internacional dedicada à história e património da antiga capital do Reino do Congo, que decorre até Terça-feira.

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