Manuel Halaiwa referiu que a operação partiu de uma denúncia e de algumas medidas que estão a ser desencadeadas pelo SIC, no âmbito da protecção dos recursos minerais estratégicos, porque algumas empresas "insistentemente" continuam a tentar exportar clandestinamente este mineral.
Num dos terminais do Porto de Luanda, os contentores estavam preparados para sair do país de forma fraudulenta, tendo a propriedade da mercadoria sido atribuída a uma empresa nacional.
"Estes indivíduos(...) tudo fizeram para ter neste terminal portuário os contentores prontos para embarcar. Se não fosse a acção do SIC, estes contentores já estariam em alto mar em direcção à República Popular da China", frisou.
Segundo o porta-voz do SIC, foram verificadas muitas irregularidades, o que resultou na apreensão dos contentores.
Inicialmente, a empresa avançou que se tratava de amostras para efeitos de exames laboratoriais no exterior do país, disse Manuel Halaiwa, considerando que as alegações apresentadas "não colhem".
"Mediante uma acção conjunta com o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (...) verificou-se que há uma total proibição [de exportação] deste produto e que mesmo que fosse para esse efeito não seriam 100 contentores", referiu.
O responsável frisou que cada um dos contentores, de 20 pés, carregava 30 toneladas, totalizando 3000 toneladas de quartzo que seriam exportados.
"É um minério bastante procurado, com grande valor no mercado internacional", referiu Manuel Halaiwa, sublinhando que o Estado viu a necessidade de desenvolver a indústria local e agregar valor ao produto, beneficiando a economia nacional.
De acordo com Manuel Halaiwa, ainda não há detidos, mas já foram notificados todos os elementos que fizeram parte da cadeia deste processo, para responderem às autoridades e se verificar o grau de responsabilidade de cada um "nesta acção criminosa".
"Este produto não deve sair do país à luz do decreto presidencial nº 185/24, de 14 de Agosto, que proíbe a exportação deste mineral. Em outros períodos anteriores havia autorizações sazonais", disse o porta-voz do SIC.
O quartzo, um mineral explorado essencialmente na costa litoral de Angola e interior do país, é utilizado na produção de painéis solares, relógios e telemóveis.
Esta não é a primeira apreensão, segundo Manuel Halaiwa, frisando que também há intervenções em algumas minas clandestinas, porque essa exploração obedece igualmente a um processo próprio de licenciamento.