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Restos mortais do único cardeal angolano já repousam na Sé Catedral de Luanda

Os restos mortais de Alexandre do Nascimento, primeiro e único cardeal angolano, já repousam na cripta da Sé Catedral de Luanda, construída para o seu sepultamento. O lugar foi revestido de mármore e no seu exterior pode ler-se: “Cardeal Alexandre do Nascimento 1925-2024” e a passagem bíblica “Não escondi a sua justiça no fundo do coração”, do livro de Salmos (40:11). As exéquias fúnebres realizadas esta Terça-feira, entre as quais uma missa de corpo presente, contaram com a presença do Presidente e da Primeira Dama da República.

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Na manhã desta Terça-feira a igreja da Sagrada Família, em Luanda, encheu-se de personalidades para o último adeus a Alexandre do Nascimento. João Lourenço, acompanhado por Ana Dias Lourenço, foi dos primeiros a chegar e depositou uma coroa de flores junto ao altar, saudando os membros da família do cardeal no final da celebração.

De igual modo, a vice-Presidente da República, Esperança da Costa, também marcou presença na cerimónia, assim como outros membros do Executivo, da Assembleia Nacional, dos órgãos Judiciais e de Defesa e Segurança, entidades diplomáticas, políticas, religiosas e da sociedade civil, assim como centenas de fiéis católicos e de outras religiões.

Além de orações, a cerimónia fúnebre foi preenchida por cânticos e mensagens de diversas personalidades da Igreja Católica de várias partes do mundo, entre as quais do Papa Francisco. O líder da Igreja Católica, na sua mensagem lida pelo Núncio Apostólico em Angola, Dom Kryspin Dubiel, considerou o Cardeal um bom samaritano, zeloso, que muito trabalhou em favor dos mais pobres e necessitados. “A fé em Cristo e a esperança na vida eterna fizeram dele um homem corajoso e livre, capaz de orientar os seus passos em prol do bem comum, escreveu o Papa Francisco.

Por sua vez, o Patriarca de Lisboa, Dom Rui Valério, destacou a forma como Dom Alexandre do Nascimento “soube olhar o futuro e empenhar-se na preparação das novas gerações, para a construção de uma sociedade mais justa e promotora da dignidade humana”.

Durante a homília, o arcebispo do Huambo, Dom Zeferino Zeca Martins, disse aos presentes que o finado “sonhou com uma Angola verdadeiramente próspera, enraizada no amor sincero e no respeito dignificante, consciente da prioridade do bem comum e confiante na felicidade de todos os angolanos e da humanidade inteira”. “Construir uma Angola melhor é tarefa de todos nós. É tarefa que cabe a cada um de nós construir a verdadeira paz, a verdadeira reconciliação”, acrescentou.

No final da missa de corpo presente do Cardeal, seguiu-se o cortejo fúnebre, com destino à Sé Catedral, acompanhado por centenas de fiéis, visivelmente consternados, mas que apesar da momento triste não deixaram de entoar cânticos em honra ao malogrado.

A cerimónia de deposição da urna na cripta da Sé Catedral foi dirigida pelo arcebispo de Luanda, Dom Filomeno Vieira Dias, e acompanhada pelos bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), além de representantes das autoridades angolanas, familiares, fiéis, amigos, e jornalistas de vários órgãos de comunicação social.

Dom Alexandre do Nascimento foi o primeiro Cardeal angolano da história da Igreja Católica. Nasceu em Malanje no dia 1 de Março de 1925. Recebeu a Sagrada Ordenação Presbiteral a 20 de Dezembro de 1952 na Diocese de Malanje e foi nomeado bispo da mesma Diocese a 10 de Agosto de 1975, pelo Papa Paulo VI. O Cardeal morreu vítima de doença, no dia 28 de Setembro, em Luanda, aos 99 anos de idade.

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