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ONU diz que Conselho de Segurança deve procurar acordo de paz para região dos Grandes Lagos

O representante da ONU para os Grandes Lagos instou o Conselho de Segurança a trabalhar num acordo de paz regional, após um cessar-fogo entre as forças da República Democrática do Congo e os rebeldes do grupo M23.

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"A situação na região dos Grandes Lagos, e em particular no leste da República Democrática do Congo (RDCongo), continua a ser alarmante, pois o Movimento 23 de Março (M23) continuou a sua expansão territorial e controla agora mais território do que em 2012", afirmou Huang Xia, enviado especial do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, para a região.

O diplomata chinês, que se dirigiu em francês aos 15 membros do Conselho e aos representantes do Ruanda e da RDCongo, disse poder "ver uma verdadeira réstia de esperança" desde que o cessar-fogo entre o exército congolês e o M23, apoiado por Kigali, foi selado a 30 de Julho, graças à mediação do Presidente João Lourenço.

Desde o final de 2021, este grupo armado predominantemente tutsi apoderou-se de vastas áreas do território congolês na província de Kivu do Norte, rica em minerais, palco de guerras há 30 anos.

Na Assembleia Geral da ONU, no final de Setembro, o Presidente da RDCongo, Félix Tshisekedi, apelou a "sanções específicas" contra o Ruanda, que há muito acusa de apoiar o "terrorista" M23 no leste do seu país.

O ressurgimento desta rebelião, há três anos, provocou uma crise humanitária afectando cerca de sete milhões de deslocados internos na RDCongo, muitos dos quais se encontram amontoados em campos nos arredores de Goma, capital da província de Kivu do Norte.

No final de Setembro, a organização americana Human Rights Watch, apoiada pelos Estados Unidos da América, acusou o M23 e o Ruanda de terem "bombardeado indiscriminadamente" estes campos desde o início do ano.

Todavia, para o Ruanda, trata-se de alegações "ridículas" e até "absurdas".

No entanto, isso não dissuadiu o diplomata Huan Xia de "lançar um apelo solene ao Conselho de Segurança para que não esqueça a crise nesta região e para que envide todos os esforços no sentido de garantir que o cessar-fogo continue no leste da RDCongo e conduza à assinatura de um acordo de paz global entre as partes".

Enquanto Kinshasa, Washington e Paris acusam regularmente Kigali de fornecer apoio militar ao M23, o Conselho de Segurança limitou-se até agora a condenar o "apoio militar estrangeiro" dado a esta rebelião.

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