Carlos dos Santos apresentou esta Terça-feira o grau de execução das obras de requalificação integrada da cidade do Sumbe, capital do Cuanza Sul, no âmbito da visita de trabalho de dois dias que o Presidente da República, João Lourenço, efectuou àquela região do país.
Segundo o ministro, as obras, que atingiram, até ao momento, um grau de execução física de 60 por cento, iniciaram-se em 2009, com a implementação do programa de infra-estruturas integradas da cidade do Sumbe.
O governante frisou que a prioridade, na altura, era a pavimentação de vias, drenagem das águas, iluminação pública, entre outros aspectos.
"O trabalho teve início, mas, por não aprovação da linha de crédito do Brasil BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social], a Odebrechet parou as obras em 2010", afirmou Carlos dos Santos.
Em 2017, passados oito anos, com o intuito de dar continuidade às obras foram realizados estudos e projectos para a construção de um lote de 1816 casas, para o realojamento das pessoas que vivem nos morros das encostas do Sumbe, de infra-estruturas e da circular do Sumbe, prosseguiu o ministro.
"Estes projectos, que tinham como meta melhorar a mobilidade urbana, tiveram o seu início, mas, volvidos alguns meses, não puderam seguir o seu término, porque não foram aprovados, uma vez mais, na linha de crédito da China, com um total de 400 milhões de dólares", referiu.
Carlos dos Santos disse que as obras foram retomadas em 2019, contando apenas com Recursos Ordinários do Tesouro (ROT), prevendo-se já dificuldades no cumprimento do cronograma de obras.
"Pois só assim se entende que, um projecto previsto para 24 meses, decorrem hoje 60 meses e temos um grau de execução física de 62,5 por cento", declarou o ministro, realçando que, no final de 2023, o chefe de Estado orientou a consignação de verbas específicas para dois projectos, que teve efectividade no princípio de 2024.
O ministro salientou que a circular rodoviária do Sumbe teve como empreiteiro inicial a empresa Sinohydro, substituída pela Omatapalo, apresentando hoje um grau execução média da obra de 30 por cento.
Já as obras de infra-estruturas integradas do Sumbe, que até ao final de 2023 tinham 42 por cento de execução, atingiram os 62,5 por cento, prevendo-se a sua conclusão no primeiro semestre de 2025, estando também concluídas 400 casas, adiantou.
O governante enfatizou que a cidade do Sumbe foi projectada para 21 mil habitantes e tem hoje 270 mil, "um incremento muito grande".
De acordo com o ministro, a capital do Cuanza Sul apresenta níveis freáticos muito altos, impossibilitando a realização de obras a baixos custos.
Carlos dos Santos destacou a aprovação pelo Presidente do programa de controlo de cheias para o Sumbe, preocupação apresentada esta Terça-feira pela governadora do Cuanza Sul, Mara Quiosa. As cheias provocaram, entre Março e Abril passados, 64 mortes e milhares de inundações.
Das acções a serem executadas constam o desassoreamento do rio Cambongo, a construção de diques de protecção e de valas de macro e micro drenagem.
"No actual contexto, importa considerar que o rio Cambongo, que parte do município do Cassongue, passando pelo Seles e Conda, encaminha todas as águas aqui para o Sumbe, resultando em inundações por conta do volume das águas", observou o ministro.