O galardão, designado Babacar Ndiaye Great Builder, reconhece os líderes africanos que investiram no desenvolvimento de infra-estruturas.
"Para nós, o prémio é mais um desafio: é colocar a fasquia a um certo nível que agora devemos ultrapassar, dar outros saltos e [alcançar] outras alturas", referiu à Lusa Victor Hugo Guilherme, que recebeu esta Quarta-feira o galardão em representação do Presidente, João Lourenço, no final da cerimónia em Abidjan, Costa do Marfim, à margem das reuniões anuais do BAD.
"Hoje, Angola está de parabéns por este prémio, mas nós não ficamos por aqui. Temos projectos desafiantes com instituições multilaterais, como o BAD, sobretudo no Corredor de Lobito, mas vamos apresentar mais", disse, apontando para "o corredor sul, que sai da província do Namibe e vai para Namíbia e Zâmbia".
No sector energético, "com produção muito elevada, vamos ligar-nos à rede africana: é um contributo que vamos dar", referiu o ministro do Planeamento, que inclui também no âmbito da cooperação regional (na área do turismo e ambiente) "o grande projecto do Okavango, com países limítrofes".
"Modéstia à parte, não só vamos olhar para o nosso povo, como estaremos também a contribuir para o desenvolvimento de África", concluiu.
A designação do Presidente da República como vencedor do Prémio África Road Builders 2025 deveu-se à "construção de grandes infra-estruturas de transportes em Angola", nomeadamente o Corredor do Lobito, uma ligação ferroviária regional estratégica entre a Zâmbia, Angola e a República Democrática do Congo, justificou a organização.
"O Fundo Africano de Desenvolvimento, a janela de empréstimos concessionais do Grupo do BAD, concedeu uma subvenção de 8,14 milhões de dólares para este projecto integrador, que facilitará o comércio entre os três países", anunciou.
A construção do novo aeroporto internacional Dr. Agostinho Neto, em Luanda, inaugurado em Novembro de 2023, a pavimentação de dois mil quilómetros de estradas, a reabilitação de outro tanto e o projecto de construção de um metro ligeiro em Luanda "foram os trunfos a favor desta escolha", justificou o comité de selecção do Africa Road Builders.
O prémio foi criado em honra de Babacar Ndiaye (1936-2017), Presidente do Grupo do Banco Africano de Desenvolvimento de 1985 a 1995.
Desde o lançamento em 2016, o galardão foi atribuído aos seguintes chefes de Estado: rei Mohamed VI (Marrocos), Edgar Lungu (Zâmbia), Alassane Ouattara (Costa do Marfim), Ali Bongo Ondimba (Gabão), Macky Sall (Senegal) e Paul Kagamé (Ruanda), vencedores conjuntos em 2017, Uhuru Kenyatta (Quénia), Adama Barrow (Gâmbia), Abdel Fattah al-Sissi (Egipto), Muhammadu Buhari (Nigéria), Samia Suluhu Hassan (Tanzânia), Andry Rajoelina (Madagáscar), Teodoro Obiang Nguema Mbasogo (Guiné Equatorial) e Denis Sassou-Nguesso (Congo), vencedores conjuntos em 2024.