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Doenças psiquiátricas afectam mais de 350 mil angolanos. Centro Psico-Social do Namibe em fase final

A província do Namibe vai começar a apoiar a saúde mental através do Centro Psico-Social, cujas obras se encontram na recta final. As previsões apontam para que o centro comece a funcionar no final do ano, visando atender pacientes com problemas mentais, principalmente jovens, numa altura em que as doenças do foro psiquiátrico afectam mais de 350 mil cidadãos.

: Lusa
Lusa  

Segundo Soraya Ribeiro, directora municipal da saúde de Moçâmedes, o centro deverá começar a funcionar a partir de Dezembro. Falando à Angop, a responsável adiantou que, com as obras já em recta final, o referido centro permitirá acompanhar pacientes com distúrbios mentais, especialmente jovens.

Situada no bairro Forte Santa-Rita, em Moçâmedes, a unidade será composta por 12 camas para internamento de pacientes que apresentem um diagnóstico mais avançado. Segundo a Angop, o funcionamento do centro, numa primeira fase, será assegurado por três médicos e 13 enfermeiras, sob orientação de psicólogos.

A directora reconheceu que a sensibilização junto da comunidade tem levado os cidadãos a estarem mais informados acerca da doença, tendo indicado o stress como um dos culpados das doenças de foro mental. "Quem não é saudável mentalmente, não tem uma saúde boa. O bem-estar mental é importante para as nossas famílias e para o nosso local de trabalho", considerou, em declarações à Angop.

Refira-se que, neste momento, o Namibe tem conduzido os pacientes do foro mental para a Huíla, no sentido de receberem acompanhamento.

Já colocando as doenças psiquiátricas em números, de acordo com Massoxi Vigário, coordenadora do Programa de Saúde Mental, nos últimos três anos, um total de 359.579 cidadãos com distúrbios mentais receberam acompanhamento nas unidades nacionais.

De acordo com a responsável, trata-se de um número alarmante, uma vez que tem vindo a crescer. Assim, a título de exemplo, avançou  que apenas no hospital psiquiátrico de Luanda, se encontram actualmente internados 381 pacientes entre os 15 e 55 anos.

A seu ver, existe uma inquietação gritante em relação ao cenário da saúde mental em Angola, que acaba por fomentar o aparecimento de outras doenças tidas como orgânicas, designadamente hipertensão, diabetes, etc. Assim, entre outros aspectos, a coordenadora, em declarações à Angop, considerou que descrever a saúde mental no país "é dizer que se está diante de uma pandemia silenciosa em que o reflexo é mostrado pelas unidades sanitárias".

Nesta Terça-feira, 10 de Outubro – em que se assinalou o Dia Mundial da Saúde Mental –, o secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos Alberto Pinto de Sousa, defendeu "acções para promover e proteger a saúde mental". Falando na 11.ª Conferência de Saúde Mental Infanto-Juvenil, o responsável "considerou a efeméride como uma causa comum a todos os povos, ultrapassando barreiras nacionais, culturais, políticos ou sócio-económicas", lê-se numa nota do MINSA, a que o VerAngola teve acesso.

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