Além das quatro composições destinadas para a Huíla, também as províncias do Namibe e Cubango serão beneficiadas com duas composições cada.
Cada comboio é capaz de transportar até 700 passageiros, representando um fortalecimento considerável no volume de tráfego ferroviário no sul do país, informou António Coelho da Cruz que, citado pela Angop, fez ainda saber que, actualmente, estão em curso reformas nas oficinas para receber os comboios, estando a obras quase terminadas dado que apresentam uma execução na ordem dos 98 por cento.
Para o presidente do CFM, que falava à margem de uma visita do governador da Huíla, Nuno Mahapi, à empresa, as novas composições vão permitir disponibilizar aos utilizadores melhores condições, bem como atender a crescente demanda por transporte ferroviário, sobretudo na componente suburbana.
Citado pela Angop, informou ainda que, operacionalmente, o CFM assegura a estabilidade do serviço ferroviário, graças ao esforço das equipas técnicas que garantem a manutenção dos equipamentos e funcionamento diário dos comboios.
Por sua vez, o governador da província da Huíla quer que o granito e combustível sejam exclusivamente transportados pelo CFM. Segundo Nuno Mahapi, é necessário que o transporte de granito e combustível seja apenas realizado por comboios do CFM, no sentido de o Estado poder começar a recuperar o investimento realizado na recuperação desta empresa.
De momento, o tanto o transporte de granito como de combustíveis é feito, na sua maioria por estrada. Segundo a Angop, neste momento, o granito é transportado para o Porto do Namibe em pequena escala através do CFM, com a maioria a realizar-se via estrada, o que tem vindo a estragar o alcatrão, devido às quedas frequentes de blocos e causando desastres, enquanto o combustível que vai do Namibe para Huíla e Cubango é maioritariamente transportado em camiões-cisterna, embora o comboio também contribua com a sua parte.
Nesse sentido, o governante considerou necessário fortalecer e regularizar o transporte de granito para o Namibe aproveitando o meio ferroviário, a fim de estimular a economia local e assegurar maior eficácia na cadeia logística do domínio mineiro.
Aproveitar plenamente a capacidade ferroviária assume-se como essencial para escoar rochas ornamentais com extracção em diversas áreas da província, principalmente considerando a proximidade e a conexão estratégica com o Porto do Namibe, indicou o governador, que, citado pela Angop, considerou igualmente que o CFM possui recursos técnicos, humanos e logísticos que precisam ser mais bem utilizados para auxiliar nesse esforço.
Entre outros aspectos, também chamou a atenção para a necessidade de vigiar o aumento do vandalismo de bens públicos, com realce para cabos de sinalização e infra-estruturas ferroviárias, cuja situação considerou tratar-se de "um anormal que está a tornar-se normal".