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União Interparlamentar: Duarte Pacheco rejeita ter feito discurso tendencioso

O presidente cessante da União Interparlamentar (UIP), Duarte Pacheco, rejeitou esta Terça-feira a acusação de parlamentares da Palestina e do Irão de que foi tendencioso o seu discurso de abertura da 147.ª assembleia-geral da organização.

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O deputado português reagiu, em declarações à agência Lusa, ao desagrado manifestado por deputados palestinianos e iranianos, quando o presidente da UIP falou sobre o conflito no Médio Oriente, gritando "vergonha".

"Se eles o que pretendem é a eliminação de Israel, podem entender que é tendencioso, porque aquilo que eu disse é o que está na Resolução das Nações Unidas", disse.

No seu discurso, Duarte Pacheco "falou sobre o direito de Israel a defender-se, mas não falou sobre os crimes israelitas contra civis, em especial as crianças", acusaram deputados da Palestina e do Irão.

Antes do momento musical que iria dar sequência à cerimónia, alguns parlamentares passaram em frente à tribuna, onde se encontravam o deputado português, o Presidente da República, João Lourenço, e a presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, exprimindo indignação e gritando "shame on you" (vergonha), uma agitação que durou uns breves minutos.

"A situação no médio prazo, para resolver o conflito, só com a existência dos dois Estados – por acaso o Presidente João Lourenço repetiu isso –, o palestiniano e o israelita, lado a lado, a viverem em paz, e apelei a que as autoridades de ambos os lados estivessem disponíveis para se sentar e conversar sobre isso. Não acho que há aqui alguma tendência", sublinhou.

O presidente da UIP reiterou que Israel tem o legítimo direito a defender-se, salientando que esta defesa deve ser feita "de forma proporcional", respeitando as leis internacionais, porque se as violar pode estar a cometer crimes de guerra.

"Disse mais ainda, que Israel tinha que abrir corredores humanitários para que a ajuda humanitária chegue àqueles que mais precisem na Faixa de Gaza e aos palestinianos", frisou Duarte Pacheco, salientando que, por último, condenou o ataque, porque "caso contrário parecia que nada tinha acontecido".

"Não! Existiu um ataque bárbaro que matou pessoas indefesas e isso tem que ser condenado", declarou.

Duarte Pacheco disse que não pode haver medo "de se tocar em temas quentes", que geralmente causam divisões, pois, caso contrário, faz parecer que existem dois mundos.

"Um mundo dos cidadãos que abriam as televisões, que liam os jornais e viam que estávamos com um conflito no Médio Oriente ou com um conflito na Ucrânia, e o mundo dos parlamentares que se reuniam para falar do câmbio climático ou de outra coisa qualquer. São matérias importantes, não ponho isso em causa, mas parecia que havia aqui uma dissociação. Temos que abordar os temas quentes também, prestando todos os bons ofícios para que a paz e o entendimento existam", acrescentou.

Com a crise no Médio Oriente, a comissão para esta região reuniu de emergência, "procurando sentar palestinianos e israelitas e pedir-lhes que dialoguem para que o consenso aconteça" disse ainda.

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