Duarte Pacheco, presidente cessante da UIP, lamentou a incapacidade que ainda existe em conseguir que os deputados dos dois países se sentem à mesma mesa para falar sobre a guerra, que dura há mais de um ano e meio.
Um grupo de participantes da assembleia vai abordar o conflito mas "eles não estiveram disponíveis sequer para se sentarem dentro da mesma sala, é muito mau", disse Duarte Pacheco, considerando que esta atitude mostra uma incapacidade de diálogo permanente, e manifestando o desejo de que russos e ucranianos tivessem disponibilidade para dialogarem.
Pode ser "para dizer, 'estamos em campos diferentes, mas vamos nos sentar para ver que pontos podemos construir', porque se não houver diálogo nunca haverá paz e esse é o tipo de esforço que nós queremos que todos, os mais de mil [deputados que participam na reunião] assumam", assinalou.
Duarte Pacheco sublinhou que "ouvir, escutar, não quer dizer que se concorde e quem está na política e no parlamento já tem esta prática".
"É estarmos sentados nas nossas bancadas e ouvirmos coisas que gostamos e ouvirmos coisas que não gostamos, isso é o normal da vida e temos que receber isso com normalidade, com respeito, e esperar que os outros tenham o mesmo respeito quando assumimos as nossas posições", frisou.
O encontro entre as partes, referiu o presidente da UIP, tem como objectivo tentar que haja nem que seja o mínimo dos entendimentos e perceber o que é que uma parte poderá estar disponível a aceitar e a outra a mesma coisa.
"Temos que começar pela base. As posições estão tão extremadas que, pensar que amanhã vão apertar a mão, é difícil. Mas por exemplo, se se sentassem dentro da mesma sala já era um ganho e aqui a mesma coisa em termos de diálogo", disse o deputado português, salientando que vai ser abordado por exemplo o tema da troca de prisioneiros, para perceber se estão disponíveis para isso.
"Se conseguíssemos um cessar-fogo, se conseguíssemos que inocentes não morram de um lado e do outro, quando se atiram mísseis, era um ganho", sublinhou.