Ver Angola

Economia

Consultora BMI Research tira Angola da recessão e prevê crescimento de 0,1 por cento este ano

A consultora BMI Research melhorou esta Segunda-feira a previsão de crescimento económico para Angola, antevendo agora um crescimento de 0,1 por cento, acelerando para 0,6 por cento em 2024, quando dantes previa uma contracção de 0,7 por cento.

: Lusa
Lusa  

"Revimos a nossa previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Angola, de uma contracção de 0,7 por cento, para uma expansão de 0,1 por cento este ano, depois de o crescimento ter sido maior que a nossa expectativa no segundo trimestre, mostrando uma estagnação", escrevem os analistas.

Na nota enviada aos investidores, e a que a Lusa teve acesso, esta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings escrevem que esperam "uma ligeira aceleração do crescimento para 0,6 por cento em 2024 devido a uma melhor perspectiva para o investimento, mas os ventos contrários ao consumo e às exportações vão impedir uma recuperação económica mais forte".

Apesar de uma contracção de 2,9 por cento no sector petrolífero e de uma quebra de 21,9 por cento no sector mineiro, as indústrias não extractivas comportaram-se melhor, com expansões de 40 por cento no sector financeiro, 5 por cento nas telecomunicações, 2,9 por cento no comércio e 1,4 por cento na construção, o crescimento da inflação vai pesar na economia não petrolífera neste segundo semestre, e a estabilização da produção petrolífera vai pesar menos negativamente no crescimento do conjunto do ano.

O investimento, aponta a BMI Research, será o principal impulsionador do crescimento no próximo ano: "Acreditamos que o interesse dos investidores no petróleo, gás e minas de Angola vai continuar a aumentar nos próximos trimestres, no seguimento dos esforços do governo para melhorar o ambiente regulatório", lê-se na análise à economia angolana.

Para a BMI Research, as principais dúvidas que podem influenciar fortemente estas previsões são a taxa de câmbio e o sector petrolífero.

"Apesar de esperarmos que o kwanza vá depreciar-se apenas ligeiramente no último trimestre deste ano e em 2024, se a queda registada em Julho recomeçar, isto irá exacerbar a inflação importada e pesar mais no poder de compra das famílias", alerta a BMI Research, concluindo que "se a produção petrolífera interna e os preços globais do crude aumentarem ou diminuírem face às previsões, será feita uma revisão da estimativa de crescimento do PIB de Angola".

Relacionado

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.