De acordo com o 'Fiscal Monitor', apresentado esta Quarta-feira em Washington pelo director do departamento de assuntos fiscais e antigo ministro das Finanças português Vítor Gaspar, o rácio da dívida pública face ao PIB de Angola reduziu-se de 136,5 por cento, no ano passado, para 103,7 por cento este ano e 90,8 por cento em 2022, ao contrário do que acontece em Moçambique.
Segundo o FMI, este país lusófono verá a sua dívida pública aumentar este ano, de 128,5 por cento do PIB em 2020 para 133,6 por cento este ano, caindo depois para 127,6 por cento no próximo ano.
O Fundo não dá explicações para esta evolução da trajectória da dívida, apresentando apenas os números numa tabela, que deverá ser abordada na próxima semana, quando o FMI divulgar o relatório sobre as perspectivas económicas na África subsaariana.
A nível mundial, os responsáveis do Fundo alertaram que "os riscos para as previsões orçamentais são elevados" por todo o mundo, advertindo que a rápida distribuição de vacinas contra a covid-19 atenuaria o problema, segundo o Monitor Orçamental divulgado esta Quarta-feira.
"Os riscos para as perspectivas orçamentais são elevados. Um aumento da produção e entrega das vacinas, especialmente nos mercados emergentes e nos países em desenvolvimento e de baixos rendimentos, limitaria maiores danos para a economia mundial", pode ler-se no primeiro capítulo do Monitor Orçamental.
Segundo o FMI, a dívida pública mundial atingirá os 97,8 por cento em 2021 e permanecerá em redor dos 96 por cento até 2026, ao passo que o défice orçamental mundial estará nos 7,9 por cento este ano e baixará até aos 3,5 por cento em 2026.