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BFA piora previsão de crescimento para apenas um por cento este ano

O gabinete de estudos económicos do Banco Fomento Angola (BFA) piorou a previsão de crescimento económico para Angola, prevendo agora uma expansão "acima de 1 por cento", quando em Julho admitia que o crescimento fosse até aos 3 por cento.

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"A economia angolana cresceu 1,2 por cento em termos homólogos no segundo trimestre deste ano, com a actividade económica a aumentar pela primeira vez desde o segundo de trimestre de 2019", lê-se na informação semanal enviada aos investidores, e a que a Lusa teve acesso.

No comentário, que revê pela primeira vez a estimativa de crescimento "de 2 a 3 por cento" anunciada em Julho, os analistas do gabinete de estudos sublinham que este aumento aconteceu "em comparação com o período mais gravoso da pandemia na economia global" e lembram que a actividade económica tinha, nesse trimestre, caído 8,5 por cento face de Abril a Junho de 2019.

"Assim, a economia angolana está ainda 7,4 por cento abaixo do segundo trimestre de 2019", salientam, para concluir: "Para o ano todo, esperamos uma subida do PIB [Produto Interno Bruto] acima de 1 por cento".

O sector petrolífero, motor da economia, "continua em quebra estrutural", tendo registado uma "quebra de 12,3 por cento em termos homólogos e está há mais de cinco anos seguidos a decrescer", concluem os analistas.

Em Julho, o gabinete de estudos económicos do BFA estimava um crescimento de até 3 por cento, prevendo então para 2021 "um crescimento sustentado na actividade económica não petrolífera, começando-se a verificar de modo gradual alguns efeitos de diversificação económica".

A economia registou um crescimento de 1,2 por cento no segundo trimestre deste ano face ao período homólogo de 2022, mas teve uma queda de 2,4 por cento face aos primeiros três meses do ano, segundo dados oficiais.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), colocados no 'site' no princípio desta semana, a economia de Angola registou uma expansão de 1,2 por cento de Abril a Junho deste ano, o que representa o maior crescimento desde o primeiro trimestre de 2019, ainda antes da pandemia de covid-19, quando Angola tinha crescido também 1,2 por cento.

A subida da actividade económica no segundo trimestre deste ano acontece devido ao efeito muito baixo da actividade económica de Abril a Junho do ano passado, no período mais acentuado da pandemia, altura em que a economia de Angola tinha caído 8,4 por cento, pelo que o resultado de 1,2 por cento, este ano, não compensa a quebra anterior.

A economia angolana registou no ano passado uma contracção de 5,4 por cento, que se segue a quatro anos de crescimento negativo impulsionado pela descida do preço do petróleo desde meados de 2016 e, depois, pelos efeitos da pandemia de covid-19.

O Governo de Angola prevê que a economia do país saia este ano da recessão que enfrenta desde 2016, registando um ligeiro crescimento de 0,1 por cento, ao passo que o Fundo Monetário Internacional antecipa uma recuperação de 0,4 por cento.

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