João Lourenço, que discursou esta Quinta-feira na Cimeira Rússia-África, que decorre em Sochi, recordou “a solidariedade do povo russo” com os africanos no período das lutas de libertação contra as potências coloniais e sublinhou que este contributo pode ajudar a definir um modelo de cooperação que seja “mutuamente vantajoso” para África e para a Rússia.
Angola tem um plano para diversificar a economia e está a criar “um vasto espaço de negócios e condições seguras para acolher investimento estrangeiro”, afirmou o chefe do executivo, apontando áreas como o sector energético, o sector mineral, as telecomunicações, agricultura, a agro-indústria ou a indústria de equipamentos agrícolas.
“Os investidores russos têm toda a liberdade para fazer as melhores opções de acordo com o interesse de cada um, num leque de inúmeras e diferentes oportunidades”, assinalou.
João Lourenço diz que há hoje “uma nova visão” sobre África “que, cansada da simples exploração e exportação” dos recursos minerais em estado bruto, defende a industrialização do continente como condição “incontornável” para o desenvolvimento.
“Defendemos nas nossas relações uma cooperação que nos ajude a dar esse salto qualitativo de países exportadores de matérias-primas para países exportadores de produtos manufacturados e industrializados”, vincou.
O Presidente falou ainda sobre a capacitação técnica dos jovens africanos, que representam o grosso da população do continente e são o “pilar estruturante” desta estratégia, destacando igualmente o papel da Rússia na formação de quadros angolanos.
Nesse sentido, apelou a que “continuem a contribuir” para esta formação nas “áreas do saber mais consentâneas com a necessidade de desenvolvimento económico e social" dos países africanos.