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A música que nos une está no Kiandastream

Chama-se Kiandastream e é como que um “Spotify angolano”. A história conta-se a partir de 2013: Cássio Caposso vivia do outro lado do Atlântico, nos EUA, há cerca de dois anos e queria estar a par das últimas novidades da música angolana. A necessidade aguçou o engenho e fê-lo pensar numa plataforma que permitisse a procura e a partilha de música nacional. Chamou-lhe Kiandastream. Criar playlists, descobrir artistas emergentes, ver videoclips, ouvir as mais tocadas ou acompanhar a música com letra são apenas algumas das funcionalidades.

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Com uma ideia já por si vencedora, o projecto apresentou-se no Seedstars Luanda. Apesar de não ter alcançado o lugar mais alto do pódio, a também cobiçada segunda posição valeu-lhes “uma exposição tremenda” que poderá garantir investimento a curto prazo. “Provavelmente ainda vão ouvir muito da Kiandastream daqui para frente”, assegura Cássio.

Em primeiro lugar, fale-me um pouco sobre a Kiandastream. Como e quando surgiu o projecto?

O projecto foi inicialmente idealizado em 2013, tive essa ideia porque já estava a viver nos Estados Unidos há cerca de dois anos e tinha a necessidade de estar a par da nossa música, novos lançamentos e por aí afora. Muitas das vezes amigos enviavam-me as musicas ou ouvia no Youtube ou Soundcloud, mas ainda assim sentia a necessidade de ter um sítio centralizado, em que pudesse ter uma melhor experiencia. Então alguns meses depois de ter a ideia comecei a criação da plataforma.

Quais são os objectivos da vossa plataforma no mercado angolano?

O nosso objectivo principal é a busca e partilha da música nacional. Uma plataforma onde os usuários possam descobrir novos artistas, ter acesso às mais variadas músicas existentes e conhecer ainda mais sobre a nossa cultura através da música. Também queremos dar mais visibilidade aos artistas emergentes.

Que recursos têm disponíveis para os utilizadores da plataforma?

Neste momento os utilizadores podem ter acesso aos novos lançamentos dos seus artistas favoritos, criar playlists personalizadas, ouvir música baseada no género musical ou ver quais as músicas mais tocadas na plataforma. Temos também uma secção onde DJ’s podem tocar em directo. Outra funcionalidade é a possibilidade de ver as letras das músicas e poder acompanhar ao mesmo tempo que se está a ouvir. E existe ainda uma secção onde é possível ver os videoclipes das músicas.

Cada artista tem o seu perfil dedicado onde os utilizadores podem ler a sua biografia, ver artistas semelhantes e mais. É ainda possível seguir os amigos ver que músicas é que eles gostam e que playlists criaram. Temos muito mais recursos a caminho que acreditamos que vão agradar tanto aos utilizadores como aos artistas.

Pretendem alargar o vosso repertório para além da música angolana?

Com certeza. O nosso objectivo como plataforma é nos fazermo-nos sentir em todo território africano. Assim, a expansão é algo em que estamos a trabalhar. Queremos albergar música de diferentes partes de África no nosso catálogo.

Porque decidiram concorrer ao Seedstars Luanda?

Achamos que a plataforma estava num estado maduro o suficiente para fazer parte de uma competição de tal calibre. Acreditamos que foi o momento ideal por isso decidimos concorrer.

Esta segunda edição do evento foi marcada pela excelência das 10 startups finalistas, que estiveram a um nível acima da média nas suas apresentações. Contavam com uma concorrência tão feroz?

Sim, tendo em conta o calibre da competição era de se esperar as melhores startups de Angola a participarem e foi isso que aconteceu. E é um orgulho ver tantas startups com ideias maravilhosas a competirem entre si. Isso é muito bom e acredito que muitas delas vão ter grande sucesso e ajudar no desenvolvimento do país.

Acabaram por terminar no segundo lugar na competição. O que faltou para conseguir o tão cobiçado voo até à competição mundial de startups?

Como disse antes, a competição foi muito renhida e acredito que todas as startups que se apresentaram fizeram um bom trabalho e mereciam ganhar de certa forma. Tudo estava nas mãos dos júris para a decisão final, foi feito de tudo ou pelo menos tentamos cobrir todos os pontos de critério que influenciam a decisão final. Agora temos que nos focar no caminho que temos pela frente, e aproveitar o que o futuro nos guarda. E mais uma vez parabéns ao vencedor Wi-Connect e a todas as startups que participaram.

Mesmo não atingindo o estatuto de melhor startup angolana, há sempre a troca de experiências com outras startups, e pode até surgir o contacto de potenciais investidores. A vossa participação foi de alguma forma enriquecedora?

Com certeza, sem sombra de dúvidas. A participação e o segundo lugar deram-nos uma exposição tremenda, algo que estávamos à procura. Agora pretendemos melhorar o serviço cada vez mais, para atrair mais investidores e acima de tudo utilizadores, para estes poderem experienciar uma forma melhor de ouvir a nossa música e termos também os artistas a apoiar a plataforma.

Têm planos para o futuro? Há novos projectos a caminho?

Sim, muitos. Continuaremos a inovar no nosso ramo e a expandir-nos para outros que ainda estão ao nosso alcance. Provavelmente ainda vão ouvir muito da Kiandastream daqui para frente.

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