Ver Angola

Cultura

Luanda de 1960 até à independência por palavras de uma portuguesa

A jornalista portuguesa Rita Garcia escreveu um livro sobre a vida na capital, nos últimos anos do colonialismo português, numa viagem ao passado que mostra cada recanto, costume e paladar de uma cidade que já só existe na memória de quem lá viveu.

:

O livro “Luanda Como Ela Era, 1960-1975”, chegou no dia 30 de Setembro às livrarias portuguesas, e mostra a irresistível cidade de Luanda, antes da independência alcançada em 1975.

A necessidade de responder ao esforço da Guerra Colonial e as influências anglo-saxónicas que chegavam da África do Sul, inundaram a capital da Província de uma modernidade que estava sempre ao virar da esquina.

Em Luanda, havia biquínis, mini-saias e roupas coloridas, a vida corria ao som de sambas e rebitas, e os dias de trabalho árduo morriam em serões suaves ao som da rádio ou em casa de amigos em farras sem data marcada. No tempo em que as meninas usavam bata nos Liceus e os caloiros do Salvador Correia deixavam rapar a careca no primeiro dia de aulas, a cidade deliciava-se com muambas, paracuca, baleizões e pés-de-moleque comprados a vendedores ambulantes.

Aos Sábados, a Baixa agitava-se junto à montra da boutique Mariarmanda, para ver os novos modelos que a melhor costureira da cidade tinha para mostrar. E aos Domingos, Luanda encontrava-se em peso nas praias da Ilha ou do Mussulo, para um dia de descanso e convívio junto ao mar. Quando o calor apertava, havia sempre uma cuca ou uma coca-cola, a bebida proibida na metrópole que fez furor em Angola desde os anos 60.

“Luanda como ela era” é um roteiro completo que fará recordar todos os recantos, costumes e paladares da Luanda de outros tempos, através das palavras que só lá se diziam, dos cinemas onde todos queriam ir e dos espectáculos mais badalados nos últimos anos do colonialismo português.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.