Recorri ao Discurso do Presidente da República ao Estado da Nação para confirmar se de facto havia visto bem o que acabava de ler, ou me encontrava equivocado, segundo excertos do discurso da República e eu cito o texto: “a boa notícia é que não haverá recessão, mas apenas uma ligeira desaceleração do crescimento da economia, sendo essa uma boa base de trabalho para o próximo ano”.
Posso depreender que, a desaceleração não é benéfica para qualquer economia e o excerto do discurso assim o realça quando destaca que a economia angolana irá registar um abrandamento sendo que as previsões para este ano apontam um crescimento de 4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), quando o orçamento inicial apontava para um crescimento de 9,7 por cento.
A desaceleração é a acção que faz com que algo se torne mais lento ou corra com uma rapidez inferior ao normal ou programado, por diversas razões ou motivos.
Como é consabido, a desaceleração da economia angolana está a ser causada pela redução do preço do barril de petróleo no mercado internacional, que causou uma revisão do orçamento inicial para o ano de 2015 e corte nas despesas e investimento em mais de 50 por cento.
Consequências da desaceleração
Podemos apontar algumas constrangimentos que a desaceleração pode causar as economias:
- Redução da capacidade do pais gerar riqueza o que afecta significativamente o crescimento;
- Aumento das taxas de desemprego fruto do encerramento de empresas com fraca capacidade de se manter no mercado;
- Aumento das taxas de Juro;
- Redução do Investimento;
- Redução do consumo;
- Endividamento do País para fazer face as despesas públicas;
- Redução da capacidade de importação;
- Aumento das taxas de inflação;
- Redução das reservas internacionais e déficit de cambiais para atender a procura;
Concludentemente, a desaceleração não é, e não pode ser benéfica para qualquer economia porque, quando não são tomadas medidas com vista a contornar ou estancar tal situação, a desaceleração acaba por entrar num outro estágio da economia que é a recessão, aonde os constrangimentos são maiores para a economia.