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Empresas portuguesas da madeira e mobiliário contam aumentar vendas para Angola até cinco por cento

As empresas portuguesas dos sectores da madeira e mobiliário prevêem aumentar até 5 por cento as vendas para Angola, que em 2014 foram de 225 milhões de euros, apesar das dificuldades nos pagamentos.

Antarte:

A posição foi transmitida à Lusa, em Luanda, pelo presidente da Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), Vítor Poças, à margem da abertura feira do sector da Projekta Angola.

O responsável destacou o peso de 10 por cento de Angola no total das exportações do sector, que globalmente ultrapassaram os dois mil milhões de euros em 2014, e que continuam a crescer para o mercado angolano.

"Não está a haver diminuição do volume das exportações, pelo contrário, está a aumentar. A grande dificuldade das empresas é se recebem ou se recebem atempadamente", apontou o presidente da AIMMP, associação parceira da Fundação AIP (Associação Industrial Portuguesa) na organização da participação portuguesa na feira de Luanda.

De acordo com Vítor Poças, a crise sentida em Angola devido à quebra das receitas petrolíferas - ao nível financeiro, económico e cambial -, afecta também este negócio, mas indirectamente, face ao crescimento que se verifica. Ou seja, além dos atrasos nos recebimentos, também as empresas que optaram por localizar serviços em Angola enfrentam a dificuldade na transferência de dividendos para Portugal.

"Há uma dificuldade tremenda para fazer a repatriação dos fundos para Portugal. Vivem com algumas dificuldades de tesouraria, que não têm a ver nem com a quebra das vendas ou de exportações para cá", enfatizou.

Tendo em conta os dados disponíveis de 2015, e apesar da crise em Angola, o negócio destas empresas, da madeira, do mobiliário e da decoração, deverá crescer este ano, em volume de exportação, "entre 3 a 5 por cento", face a 2014, estimou Vítor Poças.

O dirigente destacou ainda que o mercado angolano "é natural para Portugal" e que os empresários nacionais do sector "não podem desistir", apesar das dificuldades actuais.

"Deixar Angola como ponto estratégico para a nossa indústria seria um erro brutal, não obstante esta crise que se vive, que tem a ver com a baixa do preço do petróleo", admitiu.

Defende que Angola já tem um extracto social "que exige qualidade, design e inovação" neste sector, o que tem levado empresas portuguesas a avançar com a instalação de serviços avançados no país, para fornecer directamente projectos "chave na mão".

"Sentimos que é necessário ter uma presença física em Angola", rematou Pedro Poças.

A Projekta Angola é a mais relevante feira do sector da construção, obras públicas, urbanismo e arquitectura em Angola, decorrendo em Luanda entre 22 e 25 de Outubro.

O primeiro dia da feira foi dedicado a Portugal, que conta com um total de 27 expositores, distribuídos por uma área de 500 metros quadrados.

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