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Inaugurada fábrica de ferro gusa que vai exportar para os EUA e alguns países da Ásia e Europa

O ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguêns de Oliveira, procedeu, nesta Quinta-feira, à inauguração da primeira fábrica de produção de ferro gusa verde no país. A unidade, situada no Cuchi, vai derreter o minério que será transformado em ferro para ser exportado para países como os Estados Unidos da América (EUA) e alguns países asiáticos e europeus.

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Segundo um comunicado do Governo Provincial do Cuando Cubango, a que o VerAngola teve acesso, o acto de inauguração "simbolizou o arranque oficial da produção que conta com o primeiro alto forno dos quatro previstos, para derreter o minério que será transformado em ferro para ser exportado para países como Estados Unidos de América e alguns países da Ásia e Europa".

De iniciativa privada da Companhia Siderúrgica do Cuchi (CSC), o projecto diz respeito à "primeira unidade fabril de produção de ferro verde no país e no continente, utilizando carvão vegetal como redutor no processo de fundição de minério e com tecnologia avançada, sustentável e livre de carbono com a utilização de matéria prima extraída da mina do Cutato com tempo de exploração de até 50 anos", lê-se na nota.

Na ocasião, Rui Celso, presidente do Conselho de Administração (PCA) da CSC, assegurou condições necessárias para a "produção em grande escala de ferro verde e, nesta primeira fase, 100 mil toneladas por ano, com um investimento até agora de 60 milhões de dólares".

O PCA da CSC fez ainda saber que o projecto integrado com accionistas angolanos e brasileiros já permitiu a produção de mais de 12 mil toneladas de ferro gusa, que estão no Porto do Namibe. Também criou, avançou o responsável, aproximadamente 1200 empregos directos, sendo que a perspectiva passa pelo aumento para 5000 empregos, "com a conclusão da segunda fase que inclui a construção dos restantes três altos fornos e outras infra-estruturas de apoio, o que vai permitir aumentar a produção para mais de 500 mil toneladas de ferro".

Rui Celso, citado na nota, disse igualmente que escolheram o município do Cuchi por este apresentar "boa mão de obra, recursos necessários" e estar situado próximo da linha férrea.

Já o ministro da Indústria e Comércio aproveitou para destacar as "qualidades da província nos vários domínios", tendo sublinhado "que esta é uma nova importante batalha para o desenvolvimento económico da região".

O governante assegurou ainda que o "Governo escolheu o caminho da diversificação económica como meio para garantir a criação sustentável de emprego, riqueza material e espiritual e garantir um futuro melhor às gerações vindouras e o projecto da siderúrgica é a maior prova deste engajamento".

Já o governador do Cuando Cubango, José Martins, deu os parabéns à iniciativa e aproveitou para agradecer em nome da população, "por considerar um passo importante que vem responder aos desafios do Governo angolano que tem que ver com a promoção da produção local e o aumento da exportação, a reintegração dos ex-militares e suas respectivas famílias, bem como a promoção da empregabilidade na província", lê-se na nota.

De acordo com a Angop, com este acto, Angola passa a ser oficialmente o quarto país do mundo a exportar ferro gusa, juntando-se à lista composta pelo Brasil, Rússia e Ucrânia.

No acto de inauguração, o titular da pasta da Indústria e Comércio fez-se acompanhar dos governadores do Cuando Cubango, José Martins, da Huíla, Nuno Mahapi, assim como do mentor do projecto, General Higino Carneiro, do Embaixador da República do Brasil no país, Rafael Mel Veigas, entre outros.

Recorde-se que no início do mês passado, o Caminho-de-Ferro de Moçâmedes realizou o transporte do primeiro lote da produção de ferro gusa da CSC, com o comboio a partir do Cuchi com 862 toneladas do minério rumo ao Namibe.

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