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Lima Massano denuncia grossistas que recusam produtos feitos em Angola

A existência de investidores grossistas que se recusam a adquirir produtos feitos no país foi denunciada, este Sábado, por José de Lima Massano, ministro de Estado para a Coordenação Económica.

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Falando à imprensa no fim de uma visita a diversos investimentos de empresas chinesas no país, o ministro de Estado referiu que "a situação preocupa o Executivo e espera haver bom senso da parte de todos para reverter o quadro", refere uma nota do Governo, a que o VerAngola teve acesso.

"Temos uma reunião já combinada para a próxima semana. O Ministério da Indústria e Comércio e o Ministério da Economia e Planeamento vão reunir-se com os principais produtores de bens alimentares nessa condição para tentarmos aproximá-los", referiu, citado no comunicado.

De acordo com o governante, acrescenta a nota, o compromisso do Governo com a produção nacional é "firme". "É aí que vamos ter mais emprego, melhor condição de vida, autonomia como país, maior segurança e vamos continuar a tomar medidas, algumas difíceis, mas necessárias, para fazermos um país melhor para todos", indicou o responsável.

Na ocasião, destacou que, "para proteger a produção nacional, o Executivo decidiu não permitir que Documentos Únicos com mais de 120 dias continuassem a ser utilizados para importação, no segmento de bens alimentares", lê-se no comunicado.

O ministro de Estado para a Coordenação Económica referiu igualmente que alguns produtores nacionais se deparam com "dificuldades na colocação dos seus produtos nos centros comerciais, porque há uma forte concorrência de produtos importados".

Atendendo a esse cenário, considerou "necessário proteger quem produz no país, sendo ou não um investidor ou uma empresa de capital angolano", acrescenta a nota.

Refira-se que na agenda do ministro constaram visitas às "obras de construção dos projectos 'Cidade do Século de Angola', na Zona Económica Especial, a 'Fábrica de Aço', em Viana, os projectos 'Nova Era Centro Comercial', em Cacuaco e 'Orlando Residencial', no município de Belas", completa a nota.

Ainda durante o dia de Sábado, José de Lima Massano também fez saber que o "Executivo quer ver implementados mais projectos de investimentos" no sector da segurança alimentar.

Segundo uma outra nota do Governo, a que o VerAngola teve acesso, o ministro de Estado – que intervinha num encontro com empresários e membros da Câmara de Comércio Angola-China – reiterou que "a segurança alimentar está no centro da agenda do Executivo, que quer ver mais projectos que permitam transformar o que o campo pode produzir em valor, em bens de consumo, para satisfazer a demanda do país e para exportação".

De acordo com o governante, a esse nível, adianta a nota, "existem medidas concretas no âmbito do estímulo à economia, tais como a simplificação dos processos de exportação".

O ministro disse haver um trabalho "que tem sido desenvolvido de forma coordenada" entre os diversos departamentos ministeriais para que no fim do presente ano ou no primeiro trimestre do próximo ano "seja concluído, anunciado e passe a funcionar".

Assim, disse que querem "ter um ponto único" onde os exportadores se possam dirigir: "Portanto, queremos ter um ponto único onde os nossos exportadores se dirijam e aí possam também tratar de toda a documentação necessária para assegurar a exportação dos bens que entendam ter condições para tal", disse, citado no comunicado.

Já se dirigindo aos empresários chineses, Lima Massano realçou que a reunião serviu para "acompanhar o trabalho desenvolvido em Angola e criar um ambiente necessário para os investimentos continuarem".

O ministro também garantiu que estão "criadas todas as condições para que seja rubricado os acordos de Segurança e de Protecção Recíproca de Investimentos entre as autoridades angolanas e chinesas", lê-se no comunicado.

"Neste momento, via canais diplomáticos, estamos somente a acertar as datas e o local para a assinatura deste importante instrumento de cooperação", informou, citado na nota.

Já Luís Cupenala, presidente da Câmara de Comércio Angola-China, referiu que o encontro "prestigia e eleva a responsabilidade da instituição e dos associados, no sentido de alinharem as suas estratégias e acções ao Plano de Desenvolvimento Nacional 2022-2027, na qualidade de parceiro social do Estado".

"Auscultar e trocar opiniões com os vários líderes empresariais da comunidade chinesa residente em Angola, e não só, sobre as dificuldades, desafios e outras matérias, o objectivo é promover o diálogo permanente e a concertação para a melhoria do ambiente de negócios e a abertura de portas para o mundo na ingente tarefa da mobilização do investimento privado para o país", afirmou o responsável.

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