"Este ano, a economia deverá contrair-se pelo quarto ano consecutivo; a produção petrolífera deverá continuar a cair e um contexto externo adverso vai pesar nos preços globais do crude, ambos prejudicando esta indústria fundamental para Angola", escrevem os analistas no relatório deste mês sobre as economias da África subsaariana.
A economia angolana "parece cada vez mais incapaz de recuperar este ano de uma prolongada recessão, apesar das reformas estruturais em curso e do apoio financeiro do FMI, que aparenta estar já a dar frutos".
No entanto, acrescentam, "a crónica dependência do petróleo significa que a queda da produção interna e a incerteza nos preços mundiais têm um impacto adverso nas contas externas e no orçamento interno".
"A contínua guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e o abrandamento da economia mundial continuam a ser grandes obstáculos, enquanto que os preços podem receber apoio das tensões geopolíticas no Médio Oriente, sustentando os cortes na produção da OPEP e um crescimento abaixo do esperado no mercado de xisto norte-americano", concluem os analistas.
A produção de petróleo prevista em Angola é de 1,48 milhões de barris por dia este ano e no próximo, segundo os analistas da FocusEconomics.
Nas previsões para a evolução da dívida pública, os analistas estimam que o rácio face ao PIB aumente de 83,9 por cento em 2018 para 86,9 por cento este ano, descendo depois para 84,6 por cento em 2020 e mantendo a trajetória de descida até 2023, ano em que a dívida valerá 82 por cento do PIB.