A conclusão resulta de uma análise da agência Lusa aos números consolidados de vendas de divisas por parte do banco central, sendo que, apesar da forte subida da injecção de moeda estrangeira em Julho e Agosto, os totais de 2016 estão em mínimos históricos.
No mesmo período (Janeiro a Agosto) de 2015 os bancos conseguiram comprar ao BNA 12,1 mil milhões de dólares em divisas, que são necessárias por exemplo para garantir importações de alimentos, máquinas e matéria-prima ou repatriar salários de trabalhadores estrangeiros. No ano anterior (2014), esse valor subiu 13,2 mil milhões de dólares, o valor máximo em 16 anos de registos compilados do BNA.
Angola vive desde final de 2014 uma profunda crise económica e financeira provocada pela quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo bruto. A situação reflecte-se numa menor disponibilidade de moeda estrangeira nos bancos, que estão agora praticamente dependentes apenas das compras ao BNA, limitando por isso, fortemente, o acesso a divisas nos balcões por parte dos clientes.
Em 2016, à excepção de Janeiro e Fevereiro, num total de 720,5 milhões de dólares, as vendas de divisas deixaram de ser na moeda norte-americana e passaram a ser feitas na moeda europeia (desde Fevereiro), no valor de 4863 milhões de euros.
No mesmo período de tempo, é necessário recorrer ao período de Janeiro a Agosto de 2008 para, ao câmbio actual, encontrar um valor de injecção de divisas inferior, que foi então de 5081 milhões de dólares.