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Enfermeiros de Luanda dão 30 dias para Ministério da Saúde resolver reivindicações

A comissão sindical dos enfermeiros de Luanda, que convocou uma greve para esta semana, deu uma moratória de 30 dias à entidade patronal para resolver alguns dos pontos constantes de um caderno reivindicativo apresentado em 2020.

Gary Otte:

Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Enfermeiros, na Segunda-feira, os profissionais de saúde dessa área de Luanda chegaram a iniciar a greve, mas a pedido da entidade empregadora a greve foi suspensa, com a promessa feita, em assembleia de trabalhadores, de resolução das reivindicações nos próximos 30 dias.

Afonso Kileba disse, em declarações à agência Lusa, que, na Segunda-feira, receberam um convite do gabinete provincial da Saúde de Luanda para um diálogo entre as partes.

"Esse encontro durou seis horas, estava difícil encontrar-se o consenso, posteriormente decidiu-se pela realização da assembleia de trabalhadores conjunta, para que a entidade empregadora, junto dos associados, pudesse falar aquilo que são as suas pretensões para resolver os problemas", referiu.

O dirigente sindical frisou que o caderno reivindicativo é do ano passado, negociado no dia 17 de Fevereiro, mas, passado este período, a entidade empregadora não se pronunciou.

"Nem sequer se predispôs a resolver pelo menos um dos pontos do caderno reivindicativo que na altura tinha sido negociado, entre eles a falta de condições de trabalho, nomeadamente a falta de materiais gastáveis nas unidades sanitárias da capital, falta de segurança", enumerou.

O secretário-geral do Sindicato dos Enfermeiros sublinhou a importância de se resolver a questão da segurança, porque muitos técnicos, principalmente no período nocturno são agredidos por marginais e parentes de doentes, por falta de material gastável nas unidades sanitárias.

"Porque quase todas as unidades sanitárias não têm um corpo de segurança capaz de regular a entrada do pessoal dentro do hospital. Todos os familiares, cinco a dez pessoas, querem entrar e não encontrando material gastável tem sido motivo suficiente para agredirem os técnicos. Eu pessoalmente fui alvo [desta situação], tive que pular um muro de três metros para poder escapar", exemplificou.

Da lista de reivindicações conta ainda a falta de alimentação e de concurso público de ascensão de categoria, tendo em conta que um elevado número de profissionais aumentou o seu nível académico, nomeadamente no sector da enfermagem, do diagnóstico terapêutico e outras especialidades no sector da saúde, e até aqui não são promovidos.

"Segundo informação assumida pelo director do gabinete foram disponibilizadas 8000 vagas para um concurso público de actualização a nível da capital, esperemos que isso aconteça a tempo recorde, razão pela qual essa assembleia foi necessária e também disse que num prazo recorde de 15 dias iriam resolver a questão da segurança e a alimentação", realçou.

Afonso Kileba adiantou que, face às promessas, decidiu-se pela suspensão da greve por 30 dias, para que as questões sejam resolvidas pela entidade empregadora.

"A plenária em unanimidade decidiu que a partir do dia 18 deste mês até dia 18 de Setembro as coisas devem ser resolvidas. Se não for resolvida nesse período de tempo vai recorrer novamente a um comunicado de greve, mas para se levantar ou suspender apenas será possível com os assuntos resolvidos na prática, ela irá continuar até que os assuntos sejam resolvidos na prática sem a promessa de mais moratórias", disse.

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