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Kabila em Luanda pede reforço das “já muito boas” relações com Angola

O Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), que chegou esta Quinta-feira a Luanda para uma visita de trabalho de 24 horas, não fez qualquer referência a uma eventual recandidatura às eleições congolesas de Dezembro, limitando-se a enaltecer as relações de cooperação com Angola.

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Joseph Kabila, numa breve declaração, sem direito a perguntas, feita no final de um encontro com o seu homólogo, João Lourenço, com quem esteve reunido quase duas horas no Palácio Presidencial, manifestou vontade em reforçar as relações económicas e comerciais com Angola.

A pouco menos de uma semana do final do prazo para a entrega das candidaturas às presidenciais congolesas de Dezembro próximo, a 8 deste mês, Kabila ainda não deu qualquer indicação sobre se se recandidata ou não, mesmo que esteja constitucionalmente impossibilitado, uma vez que já cumpriu dois mandatos.

As eleições congolesas estiveram inicialmente marcadas para Dezembro de 2016 e, "por razões técnicas", foram adiadas para o mesmo mês de 2017, não se tendo chegado a acordo para a concretização da votação, uma vez que Kabila voltou a adiá-las para 23 de Dezembro deste ano.

Num discurso proferido a 19 de Julho, em Kinshasa, Kabila realçou o seu "compromisso com a Constituição", mas sem avançar se aspira à reeleição, proibida precisamente pela Carta Magna do país.

Esta Quinta-feira, na breve declaração à imprensa, que, ao contrário do que estava previsto, não teve direito a perguntas, Kabila deu conta do interesse da RDCongo em reforçar as "já muito boas" relações bilaterais, definindo as áreas do comércio (os dois países partilham quase 2000 quilómetros de fronteira), económicas e também ligadas às infra-estruturas.

O projecto que mais destacou foi o da reactivação da linha de ferro de Benguela até à fronteira com a RDCongo, para que o sul do país possa ter acesso ao porto do Lobito, infra-estrutura que, disse, tenciona visitar até ao fim do ano em curso a convite de João Lourenço.

"Apesar de as relações serem muito boas, ainda há muito a fazer, um longo caminho a percorrer para as melhorar", sublinhou o chefe de Estado congolês, que, na intervenção, acabou por nem sequer falar do processo eleitoral no país, tema que, porém, foi abordado por João Lourenço.

"Recebemos hoje o Presidente da RDCongo num momento particular que se vive no país. Fui informado sobre o facto de o processo de organização de eleições está a decorrer normalmente, que está a dar os passos normais. Congratulamo-nos com esta situação, que é uma boa nova que Kabila nos trouxe", sublinhou o Presidente angolano.

Sobre as relações bilaterais – os dois países partilham uma fronteira terrestre de mais de 1000 quilómetros – João Lourenço "confirmou" serem "muito boas" - "estamos condenados a dar-nos bem", defendendo o incremento das áreas empresariais e económicas.

Durante a estada em Angola, que termina esta Sexta-feira, Kabila, depois de cumprir a parte oficial, de manhã, será obsequiado com um almoço no Palácio Presidencial, última etapa da visita.

Sexta-feira, e antes de deixar o país, vai visitar a empresa SONILS, do grupo Sonangol, na presença do ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, e dos Recursos Naturais e Petróleos, Diamantino de Azevedo.

Desconhece-se se ficam anuladas as "breves declarações à imprensa" previstas para o aeroporto de Luanda antes da partida de Kabila para Kinshasa.

A deslocação de Kabila a Luanda esteve prevista para 23 de Julho último, mas acabou por não se concretizar por falta de confirmação do Presidente congolês. A reunião com o seu homólogo deveria acontecer na província de Benguela, mas a agenda do encontro não era conhecida.

A situação político-militar na RDCongo tem sido uma preocupação de Angola que, através da Comunidade Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), tem desenvolvidos esforços diplomáticos para a estabilidade no país vizinho.

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