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CASA-CE anuncia que vai impugnar resultados divulgados pela CNE

A Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) anunciou no Domingo que vai impugnar judicialmente os resultados eleitorais divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), que dão vitória ao MPLA, com 61 por cento dos votos, invocando a sua nulidade.

Marco Longari:

A posição foi expressa em conferência de imprensa pelo vice-presidente da CASA-CE, André Mendes de Carvalho "Miau", coligação que, segundo os dados provisórios da CNE, terá ficado em terceiro lugar nas eleições gerais de 23 de Agosto, com 9,5 por cento dos votos.

O dirigente da CASA-CE referiu que, além das denúncias feitas até agora, sobre a forma "ilegal" como decorreu o escrutínio para o apuramento dos resultados provisórios, aquela formação política vai "intentar uma acção contra a CNE junto das instâncias judiciais sobre o modo como esse processo provisório foi conduzido".

"Neste momento, nós estamos vigilantes (…) sobre o modo como está a decorrer o apuramento provincial", disse.

A UNITA, segundo maior partido em Angola, anunciou no Sábado que não reconhece validade aos resultados provisórios anunciados pela CNE e, tal como a CASA-CE, está a realizar uma contagem paralela, com recurso às atas síntese das assembleias de voto.

Segundo André Mendes de Carvalho "Miau", que concorria pela CASA-CE para vice-Presidente da República, nestas eleições, o apuramento provincial, nos termos da lei, deve iniciar imediatamente quando os primeiros resultados das assembleias chegam às províncias, e deve decorrer de maneira ininterrupta até o termo dos trabalhos.

André Mendes de Carvalho "Miau" disse que a informação em posse da coligação é que, até às 09h00 de Domingo, as províncias do Kuando Kubango, Cunene, Luanda, Lunda Norte, Lunda Sul, Malanje e Moxico não iniciaram ainda o escrutínio provincial.

Já nas províncias de Benguela e Cabinda o escrutínio está suspenso pelos órgãos eleitorais locais, de acordo ainda com o vice-presidente da CASA-CE, "pelo facto de, em Benguela, se pretender escrutinar apenas os votos brancos e nulos e em Cabinda se pretender um escrutínio com base em atas síntese, em violação flagrante da lei em ambos os casos".

Relativamente ao restante do país, a informação é de que as províncias do Huambo e Huíla estão em fase embrionária de escrutínio, observando-se, entretanto, "a existência de muitas urnas violadas", enquanto no Bengo, Bié, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Namibe, Uíge e Zaire o escrutínio decorre "com normalidade e de acordo com o padrão legal".

"A CASA-CE não vai aceitar que o processo decorra sem lisura, exigindo assim que, a todos os níveis, as instituições encarregadas do escrutínio e apuramento exerçam a sua função no estrito cumprimento da lei e com a máxima responsabilidade", refere.

A coligação liderada por Abel Chivukuvuku desqualificou também as posições assumidas por alguns observadores internacionais que, de forma "turística", visitaram esparsas mesas de voto, alegadamente não se preocupando com o ambiente político geral, bem como com a natureza global do processo eleitoral.

"Fizeram tábua rasa às violações dos procedimentos legais que enformam o escrutínio provisório, consagrando precipitadamente uma força vitoriosa no esteio da posição musculada do partido da situação e evitaram, sintomaticamente, acompanhar o escrutínio definitivo, único que tem efectiva força mandatória", salientou.

Aos angolanos, a coligação exortou com "veemência" a manterem a serenidade, vigilância e firmeza, bem como a confiança no trabalho da CASA-CE, para que "a verdade eleitoral seja defendida até ao fim".

A terceira maior força política de Angola deplorou "o clima de manipulação e intimidação que pretende instalar o medo no espírito dos cidadãos, através de boatos sobre supostos actos de desordem protagonizados pelos membros dos partidos da oposição".

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