Velar um ente querido nos distritos da Ingombota ou do Kilamba Kiaxi pode custar entre 370 mil a mais de um milhão de kwanzas. Este é o preço do arrendamento de um pequeno espaço por um período muito limitado – normalmente entre as 18h00 às 10h00 do dia seguinte.
A população tem vindo a contestar os preços praticados, apelando ao bom senso, dizendo que não se trata de uma festa, mas sim de uma infelicidade. À Angop, vários populares referiram que existe um exagero na tabela de preços, não compatível com a realidade financeira dos cidadãos, sendo que muitas vezes a solução passa por realizar o velório em casa. "A realização de um óbito já acarreta altos custos para a família, e devido ao preçário a maior parte das famílias prefere velar em casa o seu morto, o que muitas vezes causa transtornos para os vizinhos e outros utentes da via pública”, referiu Simão da Conceição Sequeira, morador da Maianga.
Alvo de contestação foi também o primeiro local público para velórios no país, erguido junto ao Cemitério de Santana, no Kilamba Kiaxi. A obra foi construída pelo Governo Provincial de Luanda, com recurso a investimentos públicos. No entanto, arrendar o espaço das 18h00 às 11h00 do seguinte custa cerca de 350 mil kwanzas (mais de 2000 dólares).
Quanto aos espaços “mais em conta” para a realização deste tipo de actividades, ficam os locais da Ex-Liga Africana (200 mil kwanzas) e a Capela do Estado Maior das Forças Armadas Angolanas (entre 170 mil a 250 mil kwanzas).