A posição foi expressa num comunicado a que agência Lusa teve acesso, emitido pelo grupo promotor de várias acções de solidariedade para com Marcos Mavungo, desde a sua detenção a 14 de Março.
Marcos Mavungo foi detido na sequência da tentativa de uma manifestação contra a má governação no enclave angolano, que não foi autorizada pelas autoridades locais.
O julgamento do activista, acusado do crime de rebelião, está marcado para a próxima quinta-feira.
Na sua nota, o GAPPA sublinhou que "está convicto de que o julgamento de Marcos Mavungo corresponde a uma trama indisfarçável, porquanto é destituída de sentido a acusação de rebelião e os factos inventados, nomeadamente a existência de um saco com detonadores e mesmo panfletos apelando à resistência contra as autoridades".
"Tais provas que surgem agora, como registados na véspera da pretendida manifestação de 14 de Março foram invocados muito depois da sua prisão e quando não havia nenhum crime que permitisse a prisão de Marcos Mavungo", acrescenta a nota.
O grupo de solidariedade espera também que o julgamento do activista se traduza na luta "pela afirmação dos direitos dos cidadãos e para o impedimento da continuidade da arbitrariedade por parte de entes públicos que insistem na violência, na violação dos direitos dos cidadãos e no lançamento de famílias em desgraça".
"O GAPPA congratula-se com o forte movimento de solidariedade a Marcos Mavungo concitando-o a manter-se activo, durante e após o julgamento, para que Angola seja capaz de prosseguir com o projecto democrático", é frisado na nota.
Uma delegação de membros do GAPPA e de activistas pelos direitos humanos visitou Marcos Mavungo, tendo instado as autoridades a melhorarem as condições de prisão do detido, denunciando a sua situação grave de saúde e solicitado a órgãos do Estado a reapreciação da prisão, bem como a libertação imediata e incondicional.