Ver Angola

Sociedade

Angola regista mais de 15.000 denúncias de violência contra crianças no primeiro semestre do ano

A primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, informou que a linha SOS Criança registou mais de 15.000 denúncias de violência contra crianças no primeiro semestre deste ano.

: CIPRA
CIPRA  

Segundo Ana Dias Lourenço, que falava esta Terça-feira na abertura do Workshop de Sensibilização e Capacitação sobre Igualdade de Género, Violência Infanto-Juvenil e Violência baseada no Género, promovido pelo Gabinete da primeira-dama e Fundação Ngana Zenza, em parceria com o Conselho de Igrejas Cristas em Angola (CICA), e outras congregações, do total de denúncias, mais de 560 são casos de violência sexual e mais de 1890 de violência física e psicológica.

"Angola registou, no primeiro semestre deste ano, 15.088 casos de denúncias de violência contra a criança através da linha SOS Criança, sendo 564 casos de violência sexual, 6052 de exploração laboral infantil e 1895 de violência física e psicológica", lê-se num comunicado do Governo, a que o VerAngola teve acesso.

Na ocasião, a primeira-dama da República e também presidente da Fundação Ngana Zenza, informou que "90 por cento dos crimes cometidos ocorrem dentro de casa ou na igreja".

Assim, considerou que é preciso o envolvimento de todos para se conseguir reverter este cenário: "Só através de uma acção concertada, envolvendo o governo, a justiça, a sociedade civil e, especialmente, as comunidades de fé, poderemos verdadeiramente mudar esta realidade".

Acrescentou que, actualmente, a "sociedade angolana regista também muitos casos de homens e mulheres que usam indignamente o nome de Deus e da igreja para praticarem actos de violência contra crianças e adolescentes inocentes incluindo acusações de feitiçaria".

"Para Ana Dias Lourenço, a presença de representantes do Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA) e de outras congregações no workshop reforça a esperança de continuar a contar com a reconhecida força social, espiritual e moral de igrejas idóneas e dos seus líderes, enquanto guardiãs da sacralidade da vida, do amor, da justiça e da denúncia do mal", lê-se na nota.

Os referidos representantes da igreja também foram convidados a reforçar as "redes de protecção colectiva das crianças vítimas da violência tanto na família, quanto nas Igrejas e na comunidade".

O CICA e algumas confissões religiosas "abraçaram a causa da campanha 'Somos Todos Iguais', sob o lema 'Educação para Igualdade de Género e Luta pela Violência Infanto-Juvenil em defesa de todas as crianças, em particular as africanas e angolanas'".

Recorde-se que a campanha 'Somos Todos Iguais' se trata de uma iniciativa da Organização das Primeiras-Damas Africanas para o Desenvolvimento (OAFLAD), "que estabeleceu como desafio continental construir sociedades onde homens e mulheres, meninos e meninas, possam viver em plena igualdade de oportunidades e direitos".

"O foco do plano de acção desta campanha é combater a violência sexual, física e psicológica, reconhecido como um dos problemas mais graves que afecta o corpo de mulheres e meninas em Angola e no mundo, influenciado por diversos factores dos quais se destaca o género", lê-se na nota.

No workshop, que encerra esta Quarta-feira, a escritora e socióloga cabo-verdiana, Mirian Medina, ofereceu a sua obra "Filhas da Violência" a Ana Dias Lourenço, cujo livro "relata abusos sexuais sofridos na família".

Relacionado

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.