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Economista antevê “medidas mais restritivas” do banco central para valorização do kwanza

O economista Wilson Chimoco disse esta Terça-feira que o banco central deve adoptar, a partir desta semana, medidas de política monetária “mais restritivas”, como aumentar a sua taxa de referência e rever a posição cambial dos bancos comerciais.

: Facebook Wilson Chimoco
Facebook Wilson Chimoco  

Para o economista, as referidas medidas, que deverão ser tomadas na próxima reunião do Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola (BNA), "são necessárias e tardam a ser implementadas", em face da depreciação do kwanza nos últimos dois meses.

"O BNA irá aumentar a taxa de juro de referência, a actual taxa BNA está em 17 por cento e o BNA deve aumentar para próximo de 20 por cento já nesta reunião (agendada para Quinta-feira), deverá também possivelmente rever a posição cambial dos bancos comerciais", afirmou à Lusa Wilson Chimoco.

O economista salientou que a posição cambial dos bancos angolanos, "actualmente em 10 por cento, poderá ser reduzida pelo BNA para 5 por cento ou até 2,5 por cento, como já se verificou em períodos mais desafiantes da economia".

"E essas medidas, claro, que poderão contribuir para um maior controlo da massa monetária, que é o principal elemento que garante os bancos comerciais participarem nos leilões de divisas", argumentou.

"Como o banco central é a autoridade que tem a responsabilidade de assegurar a estabilidade de preços, então, é expectável que nesta reunião de 14 de Julho venha, então, a reintroduzir um conjunto de instrumentos que até então estavam a ser retirados", realçou.

A necessidade da "estabilização do mercado cambial", explicou o especialista, deve concorrer para a implementação de medidas "mais restritivas, para que o kwanza não continue a depreciar-se como nos últimos dois meses".

"E perspectivar o aumento, de modo que no médio prazo, já nos próximos dois ou três anos, o BNA consiga ter a taxa de inflação de Angola a fixar-se próximo de um dígito, como objectivo de médio prazo", assinalou.

Medidas para travar a depreciação do kwanza "são necessárias" e, observou, "elas vêm tarde, porque essa depreciação começou em 12 de Maio e o BNA reuniu-se no dia 18 do mesmo mês e nessa altura já deveria tomar medidas mais assertivas para assegurar que o kwanza não tivesse a trajectória que teve".

As acções do banco central, sustentou o economista, "devem ser feitas agora de forma muito assertiva e de forma muito urgente para evitar, então, que o mercado continue a ter o desempenho que está a ter".

"E não fazer nada, neste momento, era o pior que poderia acontecer, já se cometeu o erro de não ser ter feito atempadamente e não fazer mais nada seria o pior cenário, é importante, faz-se necessário que se tomem essas medidas", rematou Wilson Chimoco.

O Comité de Política Monetária do BNA reúne-se na Quinta-feira para avaliar a actual situação macroeconómica e financeira do país.

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