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Lima Massano: mercado está a encontrar o “ponto de equilíbrio” do kwanza

O ministro de Estado para a Coordenação Económica disse esta Sexta-feira que o mercado está a encontrar o “ponto de equilíbrio” do kwanza e que este será o “novo normal” até ao final do ano.

: Angop
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José de Lima Massano, que foi até ao início deste mês governador do Banco Nacional de Angola, falava aos jornalistas após visitar algumas indústrias em Luanda.

Questionado pela Lusa sobre a queda acentuada do kwanza no último mês e os seus efeitos para a economia angolana, o governante disse que a moeda angolana experimentou nos últimos dois dias uma ligeira apreciação.

Sublinhou, por outro lado, que o cenário de desvalorização não se circunscreve a Angola, tendo-se manifestado noutras economias emergentes como África do Sul e Nigéria, e até na China.

"No nosso caso, tivemos uma quebra acentuada da oferta e o mercado teve de se reposicionar", pelo que está agora a "encontrar um novo equilíbrio".

Para Massano, só pondo a "economia a trabalhar" será possível acabar com estes ciclos.

"Não há capacidade de aumentar de forma repentina as exportações, nem de pressionar em alta o preço do barril de petróleo, nem de aumentar a produção petrolífera", destacou, frisando que os angolanos têm de se agarrar ao que está ao seu alcance.

"Vamos continuar (dependentes de) ciclos se não formos capazes de atender as necessidades mais prementes da sociedade com produção local, é necessário arregaçar mangas e pôr a nossa economia a funcionar", avisou.

Sobre se é necessária uma intervenção do BNA para travar a descida do kwanza, preferiu não se pronunciar, mas disse que o nível de reservas internacionais "aconselha prudência".

"Há medidas pontuais que poderão ser tomadas pelo banco central, veremos. Do lado do executivo, o que temos de fazer é assegurar o que está ao nosso alcance para irmos dinamizando a economia", respondeu.

Sobre eventuais medidas administrativas que reprimam a procura, considerou que não resolvem o problema: "o mercado está a encontrar o seu equilíbrio, tivemos a oferta a reduzir de forma acentuada, cerca de 40 por cento, o que estamos neste momento a assistir é o novo normal, provavelmente é o que vamos ter até ao final do ano do ponto de vista da oferta".

Por outro lado, o actual comportamento do mercado cambial, com uma variação mais ligeira da moeda, poderá indicar que se está "muito próximo da nova taxa de equilíbrio", frisou o ministro.

"Este é um mercado que trabalha com os seus equilíbrios – oferta e procura – nós não temos condição de provocar grandes alterações a nível da oferta, de aumentar a oferta, o que nós temos que fazer é de colocar a nossa energia para pôr o nosso país a andar para a frente, produzindo", disse Massano.

O ministro acrescentou que o país não tem condições para importar, todos os meses, milhões de dólares em produtos da cesta básica porque "não é sustentável".

"Como já dissemos noutras ocasiões, temos terras aráveis, temos bom clima, temos pessoas para trabalhar, temos vontade, temos de reunir essas capacidades e pormo-nos em campo para fazer acontecer", reforçou o dirigente.

Caso não se prossiga esse caminho, avisou, Angola vai continuar dependente de ciclos, sobretudo os do preço do petróleo.

"Quando parte da receita que é captada em termos fiscais é usada para reembolsar dívida externa vamos ter essas dificuldades, o país tem de sair em definitivo deste quadro", concluiu Lima Massano.

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